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Mostrando postagens de maio, 2022

Augusto Fidanza e a arte de fotografar gente.

Neste domingo compartilho a fotografia maravilhosa de Filipe Augusto Fidanza, intitulada Vendedora de frutas em Belém do Pará, datada do ano de 1869. As vendedoras de frutas ou também chamadas de quitandeiras podiam vender de porta em porta com suas bacias,  cestos e xarões repletos de frutas, doces, verduras, açaí ou outro alimento. Ou ainda, aquelas que tinham ponto fixo para sua venda, na fotografia é possível ver uma vendedora de frutas, nos cestos e paneiros várias frutas como cupuaçu, banana e no paneiro ao que parece pupunha. Muitas outras mulheres como essa da fotografia viviam deste ofício pela cidade de Belém. Em minha tese, analiso várias destas mulheres que percorriam as ruas da cidade fazendo do seu ofício sua sobrevivência e dos seus.(1) Em sua história do jornal A Província do Pará, Carlos Rocque refere-se à Efigência “muito conhecida nesta capital, onde se empregava na venda de doces, frutas etc”.(2) Segundo Beltrão: “pelos cantos (esquina...

O que Darcy Ribeiro comeu em Belém?

Quadro novíssimo aqui no daquiloquesecome: "Personalidades fazendo turismo gastronômico em Belém: o que comeram?". Nossa primeira personalidade é Darcy Ribeiro que foi antropólogo,  historiador, sociólogo e político brasileiro. Darcy Ribeiro tinha como uma de suas preocupações a questão da educação de grupos indígenas do país. Nascido em 26 de outubro de 1922, teve frutífera carreira intelectual. Sendo referência na área educacional. Inclusive foi um dos responsáveis pela criação da Universidade de Brasília. Ao longo de sua carreira atuou em diversos projetos voltados para educação. Foi redator do projeto Parque Indígena do Xingu, em 1961. Foi  de sua autoria os Centros Integrados de Ensino Público, cuja assistência às crianças em tempo integral era inédito àquela época. Assim, como idealizador da lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de 1996. Então, Darcy Ribeiro adorava as comidas desta terra, em 19 de junho de 1989, o jornal O Liberal, na coluna do...

Pão de Tapioca de Abaeté.

E o pão de tapioca de Abaeté? Você conhece? É um dos meus preferidos para tomar com uma boa xícara de café fumegante. Vendido pelas ruas da cidade pelos seus conhecidos vendedores ambulantes difícil encontrar quem não se encante por eles. Uma das primeiras lembranças que tenho, era esperar pelo vendedor na porta da casa de vovó pra comprar. O vendedor levava os pães de tapioca em sacolas de plástico bem grande, eles tem formato quadrado e são vendidos por unidade. Daí,  você vai "quebrando" com as mãos mesmo o pão e passando numa camada generosa de manteiga. O café é um dos  acompanhamentos preferidos. Mas, tem gente que gosta de comer seu pão de tapioca com um bom Guaraná Amazônia ou com Baré. Sobre essa delícia  encontramos no site Portal para Amazônia, o seguinte testemunho: "É de tapioca, ou polvilho, semelhante ao que os supermercados nos apresentam como “pêtas”. O formato é assim, esse “quadradão”, de uns 30cm por 40cm (...) Comprei um pacot...

Os petiscos de caranguejo em Belém.

Os petiscos de casquinhos de caranguejo eram frequentemente encontrados nos bares, restaurantes, lanchonetes e nas festividades de arraial da cidade de Belém. Assim como prato de festa nas casas paraenses estava presente nos aniversários, casamentos, chás de bebês, etc...os casquinhos de caranguejo sempre associados a um prato de identidade regional. N a festa de Nossa Senhora de Nazaré, em 16 de outubro de 1941, o jornal Folha do Norte informava aos seus leitores que "no local onde foi a “Fotografia Nazaré”, durante o arraial de Nazaré, estavam servindo todas as noites um menu “delicado, a preços módicos”, cujos pratos eram: (...) o casquinho de mussuan, casquinho de caranguejo, empadas de galinha, pasteis de carne e camarão, peru à brasileira, pato no tucupi, vatapá, caruru, salada de batatas, sanduiches diversos, doces, salada de frutas, assai, banana frita, queijo, babas de moça, águas minerais, vinhos clarête, grandjò, etc.(1)E ...

Casquinho de caranguejo.

Desde as últimas décadas do século XIX, em Belém, os restaurantes propriamente ditos, como conhecemos hoje, começaram a surgir no cenário da cidade. "Fazendo propaganda de seus serviços por meio de anúncios na imprensa periódica paraense, davam a conhecer aos seus clientes os seus cardápios, os quais são importantes fontes para o estudo da história da alimentação, sendo reveladores das mudanças de hábitos alimentares e, portanto, nas formas de consumo dos alimentos. E nestes cardápios o casquinho de caranguejo é destaque ao lado de outros pratos também muito consumidos". (1)Modelar nesse sentido é o cardápio do Café Chic que, em 14 de agosto de 1887, oferecia aos seus fregueses os seguintes pratos: “Salada à phantasia. Sopa de frango à la princeza. Peixe de forno à brazileira. Dito cozido à portuguesa. Fritada de Camarão fresco. Dita de carangueijo (...)Roastbife à ingleza. Casquinho de carangueijo. (2) Esse era um petisco muito apreciado, Leandro Tocantins...