Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de março, 2023

A Cozinha do Instituto Gentil Bittencourt.

O texto de hoje também é uma dica [preciosa] de tema àqueles que desejam pesquisar sobre à História da Alimentação. As possibilidades de análise são inúmeras. Digo isso, porque hoje trago uma dessas inúmeras possibilidades de pesquisa: alimentação à partir das pesquisas em instituições.  Como assim Sidiana? Então, você pode pesquisar sobre alimentação/práticas alimentares em diversas instituições do Brasil e do Mundo ao longo da tempo. Práticas alimentares dentro do Exército, Marinha, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros, nos hospitais, em casas de repouso e nas escolas [de regime internato [especialmente as escolas/institutos mais antigos] e na atualidade temos as escolas de tempo integral, creches e as merendas nas escolas de período parcial. Perceberam as inúmeras possibilidades? Pois é, dentro desta perspectiva inauguro quadro quentinho por aqui: "Alimentação em instituições". E inauguro este novo quadro com dois documentos importantes para nós historia...

"Café da Manhã"

Domingo com obra de arte. E para hoje temos "Peça de Café da manhã", do pintor australiano Hebert Edward Badham (1899-1961); a pintura que retrata uma cena de café da manhã no ano de 1936, em tons "alegres" e que a princípio nos permite uma leitura de calmaria no ambiente. Com uma mesa posta em tons azuis, a mesa bem organizada, nos permite "vislumbrar o que era servido/consumido em algumas casas, no ano de 1936 no café da manhã. A mesa rústica tem toalhas, louças e utensílios muito bem selecionados e de época. Inclusive, a "modelo" da obra é a esposa do pintor. Além do vaso de flores a mesa é ornada com uma belíssima toalha quadriculada em tons que combinam com a xícara e a leiteira. E ainda, pão, açúcar, manteiga, ovo, um bule, leite e geleia. Mas, existe uma eminente preocupação posta na cena, que a princípio passa despercebida, no canto à direita, na manchete do jornal, o anúncio da invasão da Abissí...

Jambu.

Jaques Flores, poeta e escritor paraense pseudônimo de Luís Teixeira Gomes [Eu tenho piblicado um texto sobre Jaques Flores e a construção da identidade regional, está disponível no meu site, quem quiser ler, o link está na bio], em seu livro Panela de Barro, ao descrever como deve ser servido o Pato no Tucupi, nos fala que: "_E o jambú? _ Bem, o jambú, que é cozido  na água e se acha dentro da peneira escorrendo, está só aguardando o momento para entrar em ação (...) Então, mais que depressa, o jambú é posto dentro da panela onde se acham em amistosa união o pato e o tucupi (...)".(1) O uso do Jambu na culinária regional é tão importante que ele aparece na literatura, Luís Moreno, fez a seguinte poesia: "Que coisa bôa de verdade a cuia de tacacá. Tomado assim de tardinha, à sombra dos arvoredo Chupado bem devagar. A goma de tapioca, O tucupí amarelo, O rescender da pimenta Que faz o beiço estalar! O camarão, o jambú, E um bocadinho de sal, e t...

Jambú.

E o Jambu você conhece? O Jambu é segundo Raimundo Morais: "Jambu – (Spilanthes oleracea) – Planta herbácea, de flores amarelas. Usa-se muito cozinhada no tucupi, principalmente naquele que é misturado no tacacá. De leve sabor travoso, faz tremer o beiço".(1) É verdadeiramente impossível pensar alguns pratos regionais sem o jambu, o tacacá, por exemplo, não é tacacá sem o jambu. Popularmente, conhecido como a planta do "treme", o jambu fica perfeito com tuupi e é quase impossível não vê-los juntos. Osvaldo Orico nos diz ainda que: "Concorre com as pimentas em arder nos lábios uma erva chamada jambu, que s essa de preferência no tucupi e esverdeia aquele caldo amarelo com as propriedades que têm suas folhas de mudar-lhe a cor. Os paraenses não dispensam o jambu no tacacá e um dos prazeres que lhe proporciona esta erva é o de ficarem com a língua e os lábios ardendo gostosamente". (2) É examatemente assim como descreve Osvaldo Orico, "língu...

A origem mítica da pupunha.

Ao longo desta semana eu tenho falado sobre a pupunha [e quem quiser saber mais rola o feed 👉🏽] e vários dos aspectos em torno deste fruto. Mas, você conhece a relação mítica sobre a origem da pupunha entre o povo Matsés ou Mayoruna? Não? Então, vêm comigo para mais essa história. Os Matsés são povos originários,  do extremo oeste da Amazônia Brasileira, Vale do Javari (AM). Este povo, cujo agrupamento linguístico-cultural é o PANO, tem um mito de origem para alguns alimentos, como a pupunha, milho, banana e a batata doce. Segundo esse mito, [que encontrei a descrição na Revista Mensageiro de Julho/Agosto, 1988]; a pupunha foi indicado para consumo aos Matsés por um Mutum. Desta forma, assim é enunciado: "Primeiro Deus (Abú) criou a terra (matá), os céus (Abú), a água (até), os ventos (Kunkuekit) e os homens (Matsés). Porém,  ele esqueceu de dizer quais os alimentos que Matsés podia comer (pekim)".(1) Não havia alimento suficiente no local onde estavam e nem o g...