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Mostrando postagens de abril, 2023

Aturá.

Começo a semana com o quadro: "Glossário Pará da Alimentação", e hoje eu trago um utensílio essencial no dia-a-dia em muitas casas nos interiores da Amazônia. De herança indígena, o aturá já era descrito como sendo fabricado em diversos grupos indígenas ao longo da Amazônia. Seu uso primordial era/é para o transporte de coisas/alimentos, como a mandioca, por exemplo. Raimundo Morais nos descreve o Aturá como " Cesto em forma de paneiro, tecido de talas de guarumã ou jacitara, própria para conduzir coisas da roça para casa, sobretudo mandioca. Adicionam-lhe quatro varinhas exteriormente, e ao com- prido, a fim de lhe servir de pernas. Aturiá – (Drepanocarpus lunatis)". (1) Já  Armando Mendes, em seu livro "Vocabulário Amazônico" publicado em 1942, nos fala que o significado de Aturá é: " Cesto de talas, em fórma de balaio, usado no acondicionamento dos "terens" ., e instrumentos levados da roça para casa e vice-versa: serve ta...

A horta do Gentil Bittencourt.

Se observarmos com atenção a planta do Instituto Gentil Bittencourt, vemos que em 1906, a instituição tinha uma grande área da Horta. Falar do abastecimento, hortas, mantimentos e produtos alimentícios é um outro ponto importante de análise para quem deseja estudar a temática da "Alimentação e Instituições" [Quem quiser saber mais "rola" o feed para os dois últimos textos]. Então, segundo Arthur Vianna: "Nos fundos do edifício,  isto é, depois da lavanderia, encontra-se a Horta sobre um terreno vastíssimo,  que se prolonga até à avenida S. Jeronymo.  A horta é separada, por um muro monumental,  da mesma avenida, tendo ao centro um grande portão  architectual para a entrada dos vehiculos, mantimentos, etc. No terreno da Horta e junto ao muro monumental foram construídos dois commodos para empregados especialmente destinados à conservação da Horta e jardins"(1) Observem que a horta estava nos fundos do Instituto, após a lavanderia. A Instituição ...

A Cozinha do Instituto Gentil Bittencourt.

"Estávamos iniciando o jantar, às três horas. Aurinívea,  "a Vovó" _ a ledora do dia_, preparava-se para dar começo à meditação, e já  dissera, com a sua fala frágil  e rouca de velhinha,  a frase sacramental: _Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo! Que o santo nome de Deus seja Louvado! E nós gritáramos famintas o "assim seja"!. Já contávamos o bife, com as facas eternamente, incrivelmente cegas, quando Irmã Germana entrou, afobada e vermelha, cochichou em francês com a Irmã  do refeitório, ambas saíram andando entre as mesas espiando a cara da gente, de uma a uma (...)". (1) o Texto de hoje começa com um fragmento do romance " As três Marias", de Rachel de Queiroz, cuja história foi inspirada na época em que viveu no colégio interno da Imaculada Conceição,  nos anos de 1920, em Fortaleza. [Eu simplesmente amo de paixão esse livro 🤍] Uma das possibilidades de estudos à partir da temática da "Alimentação e Instituições" ...