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Mostrando postagens de março, 2024

Paschoa e o Botequim Nazareth.

Para fechar nossa semana de textos da Páscoa, trago o Botequim Nazareth, localizado no Largo do Palácio, Praça Pedro II, que anunciava em 04 de abril de 1931 doces, conservas e bebidas finas para a Páscoa.(1) A casa tinha rico sortimento de chocolates da Nestlé, marca muito apreciada pelos paraenses. A mesa de Páscoa também poderia ter pastéis de Santa Clara, queijos, bolos e frutas como Tâmaras e ameixas. Havia também a oferta de produtos importados como as amêndoas, queijos, tâmaras e chocolates. Produtos considerados finos. Uma questão contudo nos chama atenção nestes anúncios, era comum que a Páscoa fosse, como ainda hoje é, celebrada com doces diversos. Ao longo da História o açúcar protagonista dos doces era um ingrediente que ganha importância não tão somente pelo sabor, mas, acima de tudo porque a simbologia em torno dele nasce pelo status social. As comemorações com açúcar ganham espaço a partir do Renascimento, nas grandes esculturas de açúcar que eram elaboradas...

A última Ceia e o pão.

O historiador Roy Strong nos diz que: "Na Igreja Ocidental, as quartas-feiras e sexta-feiras tornaram-se dias de jejum, que também precedia o batismo e acompanhava qualquer penitência prolongada. Inicialmente prática apenas da Sexta-feira Santa à manhã de Páscoa, estendeu -se de início por toda a Semana Santa, depois, (...) pelos 40 dias que vieram a ser chamados de Quaresma."(1) É importante dizer que o jejum não "nasce" com a Igreja Católica, o hábito já era utilizado pela tradição judaica. Nesse sentido, tornou-se lugar comum, reproduzidos na literatura, filmes e ainda na nossa memória a ideia do fazer jejum a pão e água. Mas, por que jejum a "pão e água"? Por que o pão? Porque o pão desde a Antiguidade tem um significado simbólico imenso. É considerado sagrado aos cristãos. Quem nunca ouviu de alguém na família que não se pode jogar pão fora? Que se você for jogar fora um pedaço de Pão, tem que dar um beijo antes e pedir "perdão" ...

Muruci.

Nas lembranças de Alfredo sobre a mãe que cozinhava como ninguém e assim "(...)a mãe, (...) Fosse num chocolate, no preparo dum bucho, no simples mexer uns murucis do campo com açúcar? Fosse?". Muruci,mureci ou Murici é fruta da Amazônia. (1) E você conhece o Muruci/murici? Segundo Raimundo Morais:" Muruci – (Byrsonima) – Além dos frutos, que são excelentes, próprios para compotas e doces em pasta, a sua casca dá uma tinta castanho-vermelha com que a nossa gente tinge as suas velas a fim do caruncho não dar no pano. Até mesmo a roupa dos curumins e dos vaqueiros, impregnada dessa tinta, resiste mais. Há um ditado: “Já é tempo de muruci, cada um cuide em si”.(2) Estamos na época de muruci, e assim, " Os frutos possuem coloração amarela quando maduros e são coletados no período de novembro a março (...)O murici é encontrado em savanas amazônicas, cerrado, campos e matas costeiras. É boa fonte de energia, pois apresenta altos teores de gordura".(3) Na ...