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Mostrando postagens de janeiro, 2023

Bar Allemão.

A história da alimentação na cidade de Belém, foi se constituindo a partir de variadas trocas culturais. Belém era no século XIX, à principal cidade da Amazônia, detentora de uma importância comercial significativa com um porto muito dinâmico, cosmopolita e com intensa circulação de pessoas e mercadorias. Uma cidade que mantinha forte presença de imigrantes, o que foi importante para transformá-la num local privilegiado para se entender as mestiçagens da alimentação, perspectivaque defendo em minha tese. Assim, por meio dos anúncios nos jornais é possível perceber a significativa  variedade de oferta de cardápios e pratos, que mesclavam produtos de várias origens [pratos de outros países] aos produtos regionais. A exemplo, o "Bar Allemão", localizado no largo de Nazareth, número 30, inaugurava em 1926 e anunciava suas iguarias. No Bar Allemão, se anunciava: "Salsicharia" onde poderiam ser encontrados além dos "fiambres e salsichas" oferecia ou...

Jambo rosa.

O Almanach Paraense, para o ano de 1906, tem uma coluna intitulada "Fructas do Pará", nela aparece o jambo. Como uma assim descrita: "Jambos - oriundos do Oriente; cultivados aqui principalmente em duas especies, ambas provenientes do archipelago de Sonda, onde a área do genero Jambosa contando 120 especies, se extende de Madagascar até á Polynesia".(1) O jambo rosa tem colheita entre os meses de janeiro a maio e segundo o livro Alimentos Regionais Brasileiros "(...)o fruto contém vitaminas A, B1, B12, além de cálcio, ferro e fósforo" E ainda, "(...) é consumido in natura ou sob forma de sucos, molhos, compotas, geleias e doces em calda".(2) Importante dizer que os jambos mais comuns de serem encontrados no Norte e Nordeste são: jambo rosa, jambo vermelho e jambo amarelo. A árvore que produz o jambo é chamada de jambeiro, da família das Myrtaceae que em alguns países é utilizado ainda como planta medicinal. E você? Qual receita faz co...

Jambo Rosa.

E o jambo rosa? Você conhece? De nome científico :Eugenia jambos L. (Jambosa vulgaris DC., Syzygium jambos (L.) Alst". A árvore também pode ser encontrada em outros países, segundo Paulo Cavalcante o jambo rosa também é encontrado na Colômbia, Venezuela, Paraguai,  Porto Rico, Cuba, Honduras, Costa Rica e Índia. E ainda, apresenta "árvore pequena, de formato e folhas semelhantes ao jambo vermelho, porém com flores brancacentas; frutos menores, obcônicos com a casca brilhos, róseo-clara". (1) Ambrósio Fernandes Brandão, no século XVII, falava dos jambos e os comparava com ameixas brancas: "(...)jambos, como ameixas brancas;". (2) O jambo aparece no livro de Alimentos Regionais Brasileiros como fruto da região Norte que: "(...)no Brasil, é encontrado nos estados das Regiões Norte, Nordeste e nas regiões quentes do Sudeste" E ainda, " é consumido in natura ou sob forma de sucos, molhos, compotas, geleias e doces em calda".(3) O ja...

Museu Virtual História da Alimentação e Gastronomia Paraense - Mangút

Muito feliz em compartilhar com vocês sobre esse projeto, que era um sonho e que agora está saindo do papel: O Museu Virtual da História da Alimentação e Gastronomia Paraense. Belém a cidade criativa da gastronomia terá o seu Museu Virtual da Alimentação responsável por levar a nossa História da alimentação e gastronomia para o mundo!!! E esse projeto somente foi possível graças ao Governo do Estado do Pará, na gestão de Helder Barbalho, cujo governo realmente é pioneiro em apoiar e investir ações de valorização da nossa história e do povo paraense. Bem como, agradeço ao  professor Carlos Maneschy  quando à frente da SECTET, quem acolheu o projeto ainda em 2021; à Secretária de Ciência e Tecnologia do Estado do Pará,  na pessoa de sua secretária professora Edilza Joana Fontes, que tem se dedicado incansavelmente ao desenvolvimento da ciência, tecnologia e educação em nosso estado; e à Universidade Federal do Pará, local que eu trabalho e posso des...

Ano Novo.

A passagem do ano ou "virada" do ano é uma data repleta de tabus, tradições e simbologias em torno da alimentação. Dentre as mais usuais estão: não comer nada que "cisca" para trás, o Peru e outras aves são alimentos que devem ficar longe da mesa de Ano Novo. Contudo, outros alimentos são os favoritos, pois simbolicamente representam fartura e bons presságios. Entre as frutas estão a romã  e as uvas, por exemplo. Dos animais o porco e os peixes tornam-se alimentos mais consumidos, além do arroz, lentilha entre outros. Das bebidas não pode faltar os espumantes. A mesa é pensada para "atrair" aquilo que se deseja para todo o ano: mesa farta e próspera. Nesse sentido, as superstições em torno da mesa muitas vezes levadas muito a sério, são parte importante do folclore da alimentação. E longe de extrapolar a mesa de Ano Novo, elas "nos" acompanham por todo o ano. E cada casa tem seu próprio ritual a mesa. Esse tema...

O Peru.

A ilustração de hoje é uma das mais antigas que existe sobre o Peru, ela faz parte  da obra Histoire naturelle des oiseaux, de Buffon, datada de 1772, século XVIII. A ave, é descrita pelo autor em seu estudo sobre a história natural dos pássaros. [Uma das obras mais importantes para os estudos da história natural]. Para além da mesa do jantar de Natal e outras festas, o peru como ave americana também foi importante objeto de estudo dos naturalistas. Mas, também, de grandes nomes dos estudos da gastronomia e do gosto. Por exemplo, Brillat-Savarin, em sua "A Fisiologia do gosto", tem um capítulo em que analisa o Peru, intitulado O peru (coq-d'Inde), no texto ele analisa a chegada do Peru na Europa e outras particularidades, "os apreciadores de Peru"; "Influência financeira do Peru" e a "façanha do professor". Na ocasião,  o autor, afirma que: "O peru é certamente um dos mais belos presentes que o Novo Mundo ofereceu ao antigo...