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Museu Virtual História da Alimentação e Gastronomia Paraense - Mangút

Muito feliz em compartilhar com vocês sobre esse projeto, que era um sonho e que agora está saindo do papel: O Museu Virtual da História da Alimentação e Gastronomia Paraense. Belém a cidade criativa da gastronomia terá o seu Museu Virtual da Alimentação responsável por levar a nossa História da alimentação e gastronomia para o mundo!!!
E esse projeto somente foi possível graças ao Governo do Estado do Pará, na gestão de Helder Barbalho, cujo governo realmente é pioneiro em apoiar e investir ações de valorização da nossa história e do povo paraense. Bem como, agradeço ao  professor Carlos Maneschy  quando à frente da SECTET, quem acolheu o projeto ainda em 2021; à Secretária de Ciência e Tecnologia do Estado do Pará,  na pessoa de sua secretária professora Edilza Joana Fontes, que tem se dedicado incansavelmente ao desenvolvimento da ciência, tecnologia e educação em nosso estado; e à Universidade Federal do Pará, local que eu trabalho e posso desenvolver projetos de extensão como este do Museu.
A alimentação é cultura e identidade e nada nos é mais caro do que nossas raízes, hábitos e origens culturais da alimentação. Somos um povo que se  reconhece pelos sabores e paladares. Pela riqueza e ancestralidade de nossa cultura alimentar. O Museu Virtual terá um importante papel de cuidar do que é nosso. Através da memória e da nossa rica história vamos registrar e apresentar parte importante de nossa história. O Pará, merece muito. Através do Museu Virtual História da Alimentação e Gastronomia Paraense será apresentado ao mundo a rica cultura e patrimônio alimentar, patrimônio esse que permite o sentimento de pertencimento a um coletivo. Uma
vez que, " o conjunto de representações, crenças, conhecimento e práticas alimentares compartilhadas no
interior de uma cultura é considerado como uma forma importante de identificação coletiva".(1) Aliás, o
homem se diferencia pela sua capacidade de escolher o que come e como ele vai comer. Ao entender sobre o
escolher e cozinhar os alimentos uma fronteira importante da humanidade foi atravessada. Nesse sentido, não
se come qualquer coisa, se come para além dos alimentos, já que "o comer sempre esteve sujeito a diversos
condicionantes contextuais, como os de caráter social, econômico e cultural. Comer nunca foi um ato
isolado".(2) Por isso, quando saímos de nosso grupo "materno", nossa família, estado ou país a memória
gustativa dos sabores de onde viemos nos acompanham sempre, a vontade refletida na saudade de “um prato, sabor ou comida” torna-se constante. O ser humano com sua capacidade de "escolher seus alimentos" desenvolve em torno dele e dos seus, fronteiras alimentares tão fortes e muitas vezes inabaláveis. Assim,
como nos aponta Paula Pinto e Silva "as práticas culinárias de um grupo, dentro de um contexto histórico e social definido, ajudam a refletir sobre a criação de regras de convivência no espaço em que vivem ou imaginam viver e sobre ideias que este grupo tem a respeito de si e dos outros".(3) A alimentação nossa de
cada dia, nos diz mais de nós mesmos do qualquer outro ponto de referência "materna" que possamos ter. É
para onde sempre voltamos, seja na memória ou na degustação e "disso" ninguém foge. Portanto, o Museu Virtual História da Alimentação e Gastronomia Paraense disponibilizara para a sociedade um conhecimento e entendimento da formação de sua cultura alimentar,
tão importante e identitária para qualquer um de nós. Valorizando e fortalecendo a identidade cultural do povo paraense.
Eu estou explodindo aqui de alegria!!!
Aguardem as novidades!!!
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📚✍️🏽 Referências.
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(1)(2) Ursula Verthein e Jose Antônio Vasquez-Medina. Os territórios do comer o novo comensal enfrenta desafios cotidianos naescolha dos alimentos. In: Revista Cult. N.198. Fevereiro de 2015. Ano 18. p. 26/27.
(3)Paula Pinto e Silva. Comida e identidade coentro ou salsinha? In: Revista Cult. N.198. Fevereiro de 2015. Ano 18. p.30.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Alimentos regionais brasileiros / Departamento de Atenção
Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. p,25. 

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