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Mostrando postagens de setembro, 2020

Quitandeiras vendedoras de angu.

Na aquarela de Debret, que retrata "negras cozinheiras vendedoras de angu", do ano de 1826, no Rio de Janeiro, nos permite adentrar não apenas nos ofícios destas mulheres escravas e livres ems ua maioria mas também perceber as influências dos hábitos alimentares africanos na alimentação ao longo do Brasil. Segundo Vicente Salles, o Angu era uma "massa feita de fubá de milho ou de mandioca" (1) prato introduzido no Brasil pelos africanos, especialmente os Bantos, da ilha dw S. Tomé. O angu era bastante consumido no Pará. Hoje a descrição desta imagem ficará por conta do próprio pintor, Debret nos diz que: "Escolhi por cenário a praia do mercado do peixe(Praia do Peixe): muito frequentada e ainda próxima da alfândega. Ao fundo, desponta a Ilha das Cobras (...) São sete horas da manhã: hora da prova de fogo das vendedoras de angu. (...) As duas negras vistas acampadas ao abrigo de seus xales estendidos sobre varas servem nesse momento, aqueles de m...

Hotel Pinheiro.

Em Belém desde a segunda metade do século XIX, o número de hotéis aumentavam consideravelmente em função das mudanças pelas quais a cidade passava como boom da borracha e o aumento do número de imigrantes. Estes estabelecimentos recebiam pessoas que vinham para se hospedar, mas, de um modo geral recebiam clientes que vinham apenas fazer suas refeições. Neste sentido, alguns hotéis continuavam a associar o serviço de hospedagem com o serviço de refeições ao público em geral, prática presente até os dias de hoje. Alguns hotéis da capital paraense, além do serviço de refeições, também apresentavam espetáculos aos seus fregueses e hospedes. Por isso, um dos atrativos deste locais eram os restaurantes que ofereciam serviço diário e muito requisitado. Exemplo dessa realidade é o Hotel Pinheiro, que anunciava seus serviços no ano de 1964, localizado na rua Santo Antônio,número 329 e de propriedade de Manoel Rodrigues, além de oferecer um serviço dr hotelaria como "aposentos...

Bossa Nova

A Bossa Nova pertencia uma famosa e antiga tacacazeira de Belém, localizada na Travessa Campos Sales, esquina da rua 13 de Maio, no centro comercial de Belém. Quem nos fala sobre o Bossa Nova e sua proprietária é Leandro Tocantins, quando nos diz que: "Bossa Nova, ela mesmo escreveu em sua carrocinha, tipo carrocinha de sorvete Kibon, com guarda-sol colorido e tudo. Mas, não só de tacacá vive o paraense: na Bossa Nova tem caruru, tem vatapá, tem, tem vatapá, tem, tem maniçoba, tem, tem açaí, tem, tem mingau, tem. De onze horas em diante a caboclinha, viva e simpática, não pára mais. É um destampar de panela, é um tempero aqui, é outro freguês a servir, é lavar cuias e pratos, é sorrir para este, é dar dedinho de prosa com aquele. Freguesia grande".(1) A descrição de Leandro Tocantins reflete muito do que conhecemos até hoje das vendedoras de tacacá e comidas típicas. Mulheres eram protagonistas destes espaços de venda, tinham freguesia garantida pela qualidade ...

Bolo pudim.

INGREDIENTES. Caramelo: 2 xicaras de açúcar. 1/2 xícara de água fervente. Bolo: 3 ovos 2 xícaras farinha de trigo 2 colheres de maisena. 1 xícara de açúcar 4 colheres de manteiga. 1 xícara de leite 1 colher de fermento Pudim: 3 ovos 1 lata de leite condensado A mesma medida da lata de leite MODO DE PREPARO.  1. Faça o caramelo e caramelize a fôrma.  2. Bata a manteiga com o açúcar e os ovos até ficar homogêneo. Depois coloque a farinha, maisena e o leite, e por último o fermento, continue batendo. Coloque a massa em cima fo caramelo. Reserve. 3. Bata no liquidificador os ingredientes do pudim. Coloque em cima da massa. Leve ao forno médio, preaquecido, em banho Maria por aproximadamente 50 minutos.

Restaurante Maloca.

No ano de 1964, um dos pontos de encontro na cidade de Belém era a Maloca, restaurante típico e boite que estava localizada em na Praça da República, isso mesmo, dentro da praça. Com serviço de comida típica, boa música e completo serviço de bar, se proclamava um "ambiente seleto e familiar". O anúncio que trazia ainda a descrição em inglês, era formado por duas imagens a primeira da própria Maloca e a segunda de um casal em torno de uma mesa composta por comidas e bebidas. O estabelecimento também atendia pelo número de telefone 3256 era boite também, desde a década de 1950 as boites ganham espaço importante na cidade de Belém e vários espaços assim intitulados ganham adeptos. O cardápio que infelizmente não é descrito, se apresenta como comida típica. Seriam oferecidos pato no tucupi? Maniçoba? Casquinhos de caranguejo? Tacacá? E hoje quem imagina que na Praça da República havia um restaurante em formato de maloca? É extraordinário como a pesquisa h...

Café Glória.

Que brasileiro gosta de um bom café todos nós sabemos. Mas, que paraense tem hábito de "temperar" o seu café com um punhado de farinha d'água, de tapioca, pedaços de queijo do reino, mel de cana...ahhhh isso é um hábito muito nosso, hábito de paladar local, de gentes de paladar amazônico. Em Belém havia produção local importante, hoje falo um pouco sobre o famoso Café Glória, de propriedade de Reis & Arêas Ltda, cuja fábrica funcionava desde 1953, na Avenida Portugal 17. Em 1965, a fábrica havia mudado de lugar e atendia na rua Ângelo Custódio, n° 585 e telefone, 1791. Lançava uma campanha que ficou famosa pelo seu selo que dizia: Já tomou Café Glória Hoje?". A propaganda era feliz em afirmar que "Trânsito livre para o mais saboroso Café do Pará". (1). E você já tomou seu Café hoje? "Temperado com o quê "? . . . Referências.  (1) Pinto, Lúcio Flávio. Álbum da Memória. Edição do autor, setembro 2014. P. 265. . . . #comidacomhistória...

O café no Pará.

O café foi introduzido no Brasil pelo Pará, por Francisco de Mello Palheta, por volta de 1727. Palheta, após voltar de uma viagem para Caiena, trouxe consigo mudas de plantas de café juntamente com outras mudas de frutas. Além dele, um dos pioneiros no cultivo do café foi o rico senhor Agostinho Domingos de Sequeira, em suas terras do rio Guamá, que introduziu o cultivo do dito produto. Em 1750, o Pará sozinho exportou para Portigal um valor de 4.835 arrobas de café. (1) A produção continuou sendo importante ao longo dos séculos XIX e XX.  Belém tinha indústrias que faziam a torrefação e moagem do café. Haviam bons cafés produzidos pela indústria local, de sabor e cheiro inconfundível. O Café Manduca era um destes cafés procurados pela população local. Na passagem do ano de 1959/60 ele anunciava que "no limiar do Novo Ano agradece, sensibilizado, a preferência dada em 1959" e desejava "felicidades no ANO de 1960". O dito café que se autointitulava o ...