Pular para o conteúdo principal

A Caferana [parte II]

A Caferana também é  chamada de falso-guaraná pela semelhança das suas folhas, algumas pessoas plantam Caferana achando que é guaraná dada a semelhança. Hoje compartilho com vocês um pouquinho mais da pesquisa do Botânico Paulo Bezerra Cavalcante, do Museu Paraense Emílio Goeldi. Paulo Cavalcante, nos permite conhecer vários dos frutos comestíveis da Amazônia, a partir de sua magnífica pesquisa desenvolvida na década de 70, do século XX. A pesquisa é tida como conhecimento único e nas palavras de Pedro Lisboa, especialmente, no que tange ao "patrimônio vegetal das frutas comestíveis da exuberante hileia amazônica, repercutindo, não só no meio científico, como também em toda a comunidade nacional". (1)E ainda: "O autor dedicou especial atenção às frutas silvestres, pouco conhecidas, ou totalmente ignoradas pelo citadino, o que resultou nas 176 espécies apresentadas" na edição de 1988. (2) O trabalho de Paulo Cavalcante é um trabalho riquíssimo ao trazer frutas pouco conhecidas ao cenário nacional e internacional de pesquisas e estudos. É uma grande referência. Trago hoje a ilustração de R. Álvarez sobre a Caferana, encontrada na obra de Paulo Cavalcante e que "mapeia" cientificamente a Caferana (Bunchosia glandulosa): Nas partes 1-4 temos 1-folha, 2-flor, 3-fruto e 4-semente. O autor vão além e nos diz que "Folhas simples, opostas, dístico, certamente pecioladas; lâmina cartácea, largo-elíptica, variando entre 10-17 cm de comprimento e 5-9 cm de largura, base aguda ou obtusa, ápice acuminado, margens levemente repandas. Inflorescências em rácimos axilares até 10 cm de comprimento; cálice verde-amarelo com 5 sépalas agudas, cada uma provida de um par de glândulas oblongas; coroa amarelo, com leve fragrância, 5 pétalas unguiculadas com limbo arredondado, côncavo e margens onduladas; estames 10, em 2 vertículos (5+5); ovário com 2 lóculos uniovulados; estilete delgado e estigma bilobado.  Fruto uma drup⁷a elipsóidea ligeiramente assimétrica, cerca de 3cm de comprimento, epicarpo reduzido a uma tênue película alaranjada, escarlate no fruto bem maduro; glândulas do cálice persistentes na base é estilete no ápice; polpa mais ou menos pastosa, contendo geralmente 2 sementes esverdeadas". (3) A descrição científica  de Paulo Cavalcante nos permite conhecer uma das frutas comestíveis do Pará. (E se você quiser dar uma olhada nas fotos desta fruta veja o carrossel e para saber mais volte o post anterior). A Caferana atualmente pode ser encontrada em várias regiões do Brasil. Quanto ao seu conhecimento científico e específico graças ao trabalho de Paulo B. Cavalcante temos documentação.
.
.
.
📚✍️🏽 Referências.
🛎O conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998. Ao utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos.
🎨 R. Álvares. 1988. In: In: CAVALCANTE. Paulo B. Frutas comestíveis da Amazônia. Belém: Museu Paraense. p, 74.
(2)(3) 📸Leila Dias Ferreira. Janeiro de 2022. (1)(2) Pedro Lisboa. Prefácio. In: CAVALCANTE. Paulo B. Frutas comestíveis da Amazônia. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi; Companhia Souza Cruz, 1998, p, 07.
(3) CAVALCANTE. Paulo B. Frutas comestíveis da Amazônia. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi; Companhia Souza Cruz, 1998, p, 66/67. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...