Ao longo do século XIX é comum encontrarmos o
consumo de pirarucu em toda a Província, em especial o pirarucu seco, pelos
segmentos de baixa renda da sociedade, talvez pelo fato de que as classes mais
abastadas preferissem à carne, a qual inclusive era mais cara. Segundo o
periódico O Liberal do Pará, diante “do
preço elevado dos gêneros alimentícios, dissera que o pirarucu era o principal
alimento das classes pobres do interior”.[1]
Aliás, o dito peixe também era consumido pelas classes mais baixas da capital:
“Seco, contudo muito reconhecível pela forma, substância e cheiro, o pirarucu,
o ‘peixe encarnado’, vem como uma espécie de bacalhau oblongo pelo rio
abaixo, para alimentar as classes baixas”,
dizia-nos Ave-Lallemant.[2] Assim, as carnes
frescas na maioria das vezes só chegavam aos mais abastados da capital. Uma das
razões era o fato de que Belém não tinha criatório de gado, então tinha que
comprar dos fazendeiros do Marajó o que acabava encarecendo a carne.[3] Boa parte da população
do Norte do país tinha no pirarucu e em outros peixes, quase sempre secos, associado ao uso da farinha o seu
prato principal.
[1] Arquivo
Público do Estado do Pará. Jornal O Liberal do Pará; órgão do partido Liberal.
Ano XIV. N. 198. Sessão Ordinária de 8 de agosto de 1882.
[2] ACAYABA, Marlene Milan (coord. Geral); e ZERON, Carlos Alberto (org. do vol.),Equipamentos,
usos e costumes da casa Brasileira,Vol I: Alimentação, São Paulo, Museu da
Casa Brasileira, 2000. Pp. 233.
[3] Sobre o
abastecimento e consumo das carnes verdes em Belém, ver, por exemplo, o
trabalho de ALMEIDA, Tito Franco de. Ordem
do dia. A questão das carnes verdes ou apontamentos sobre creação do gado na
Ilha do Marajo. Typ. de Santos e Filhos. Pará. 142p.
Passei aqui só pra te perguntar se vais visitar os concorrentes do Comida di Buteco. Menina, ontem provei o bolinho de tacacá e que delícia!!! Visita o site, se te interessar, achas no google facilmente. :) É só até domingo.
ResponderExcluir