Pular para o conteúdo principal

Frito-de-vaqueiro.

E você conhece o Frito-de-Vaqueiro? Prato típico do Marajó, no Pará. E, que nasce da necessidade do trabalho do vaqueiro que muitas vezes passava o dia fora de casa e levava o frito de vaqueiro no surrão, uma espécie de "bolsa" que transportava alimentos e que era levada na garupa da sela. (1) O surrão era portanto, "Saco de couro curtido feito da bolsa escrotal do garrote e que serve para transportar os alimentos dos vaqueiros, normalmente é amarrado na garupa da sela". (2) O frito-do-vaqueiro, nasce da necessidade do ofício dos vaqueiros do Marajó, era provisão que nas suas andanças estes homens levavam consigo pelos campos. O Frito-do-vaqueiro era comida ideal para os vaqueiros, pois, tinha uma durabilidade maior, não estragava com facilidade e acima de tudo já estava pronta. Podia-se juntar a ela farinha de mandioca e tinha-se uma refeição. Délcia Pombo e Josebel Fares, nos informamos que nas memórias do vaqueiro Tio Iranda, o frito-de-vaqueiro aparece também como uma comida de tempos de fartura. Assim, "Era tempo de fartura, o rancho vinha da cidade para cada família de empregado, todo mês se tirava uma vaca gorda, para a matalutagem. Todos ganhavam seu quinhão de carne e dava o jeito para conservar: salgava, cozinhava aqueles enormes pedaços que duravam uns quantos dias; fazia o frito de vaqueiro que a gente colocava no surrão, prendia
na sela e ia embora para o campo, quando batia a fome a gente tinha o
que merendar". (3)  Frito-do-vaqueiro, prato que surge de uma necessidade de provisões pelos vaqueiros do Marajó e de conservação da carne de vaca, hoje é servido em vários restaurantes locais, virou comida típica e muito apreciada no Marajó.
.
.
.
💬E você?  Já conhecia o Frito-do-vaqueiro? Já provou? Me conta!
.
.
.
📚✍🏽 Referências.
📸 Canva.
(1)(2) Pombo, Délcia Pereira. Educação, memórias e saberes amazônicos: vozes de vaqueiros marajoaras/ Délcia Pereira Pombo, Josebel Akel Fares, Belém, 2014, p. 93

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...