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Mostrando postagens de julho, 2022

Caferana.

E a Caferana tu conheces? Também chamada por aqui pelo Pará de marmelo ou Ciruela, Ameixa Braba, Caramela, Ameixa-do-Pará. É uma da fruta de nome científico de Bunchosia glandulosa (Cav), de origem americana. Com cultivo em todo a América do Sul. É segundo o grande pesquisador Paulo B. Cavalcante um "Arbusto ou pequena árvore em torno de 12 cm de altura, iniciando a floração e frutificação entre 1,5-2 m;tronco baixo, às vezes dividido desde o • do solo, em 2,3 ou 4 troncos, formando, uma copa bastante espalhada, ramos jovens verdes copiosamente lenticelosos".(1) E ainda, "Na região amazônica é, algumas vezes, cultivada em quintais ou em logradouros públicos sendo, contudo, mais comum, no estado espontâneo em lugares de antigas habitações invadidos pela capoeira ou mata secundária".(2) Uma árvore que é muito comum de ser encontrada nos quintais amazônicos a frutinha é muito apreciada. . . . 💬 To be continued... . . . 📚✍️🏽 Referência...

A Feira.

Vocês já observaram à importância social da Feira? A Feira vai muito além do seu caráter de abastecimento e econômico. Ela é acima de tudo local de relações de sociabilidades construídas por anos afins. E tais relações justificam a ida a Feira semanal de muitas pessoas. Às vezes, ouvimos alguém dizer " a mamãe/papai; vovô/vovó fazem questão de ir a feira". Isso porque, ir a Feira é muito mais do que comprar alimentos. Geralmente entre feirante e freguês são estabelecidos ao longo dos anos códigos sociais. Às vezes, o/a feirante conhece toda a família do freguês/freguesa e vice-versa, e a compra é ricamente acompanhada de saber notícias da família, de falar sobre os acontecimentos cotidianos e também de assuntos diversos. Por isso, gosto tanto do trabalho de Dias Jr., sobre a feira e suas diversas possibilidades de leituras. Segundo o autor, as " relações de sociabilidade são diversas entre os feirantes e os frequentadores da feira (......

Beijucica ou beijuchica

No vídeo, temos o beijucica ou beijuchica, um dos preferidos para tomar  café num lanche da tarde em Belém. É um hábito alimentar mestiço e que segundo Mário Ypiranga Monteiro: "BEIJU com café (almoçando, almôço ou merenda) muito comum entre as populações caboclas e mesmo citadinas". (1) Aqui em casa, sempre compro na Feira, aos finais de semana, passo em cada beiju, uma "camada" de manteiga e levo uns 10 minutinhos ao forno. É simplesmente espetacular; acompanhado de uma xícara de café puro ou com leite uma delícia. Impossível não lembrar da narrativa de  Dalcídio Jurandir, em que Libânia passeava com Alfredo pelo Ver-o-Peso. "Virou, mexeu, e Libânia recebia um oferecimento. — Servida? “Bom proveito” ela poderia dizer mas não, seria dar entrada àquele apresentado. — Mas se sirva, faço questão, insistia o rapaz diante dos beijus no tabuleiro. Libânia desviava o rosto, queixo duro, seus olhos molhados de peix...

Arroz Doce.

Hoje tem vídeo no canal do YouTube com reprodução de uma receita de arroz doce, do primeiro livro de receita publicado no Brasil, O Cozinheiro Imperial, com data de publicação entre 1839 ou 1840, de autoria desconhecida que é apenas assinado com as iniciais R. C.M, publicado pela editora Laemmert. A historiadora Leila Algranti nos informa que umas das possibilidades é que o livro tenha sido escrito por um Chef de Cozinha da Corte. Segundo Algranti, “a ausência de um estilo de cozinha e de instruções pessoais (...) leva a supor que o autor do primeiro livro brasileiro de culinária não tenha sido um cozinheiro (...) o fato de o autor se intitular chef pode ter sido uma forma de conferir respeitabilidade àobra,reafirmando uma antiga tradição na história da edição dos livros de cozinha, cujas obras mais divulgadas, desde a Idade Média, foram escritas por cozinheiros experientes a serviço das grandes casas de nobreza europeia”.(1) Na página 163, do livro...

Panela Tagine.

Você conhece a panela Tagine, tajine ou Tayin? Então, vamos para mais um quadro "Curiosidades da Alimentação". Este utensílio é muito tradicional nos países do Norte da África e de uso essencial na cozinha marroquina. O formato da panela permite que o vapor se acumule no topo da tampa e depois goteja para baixo, o processo é repetido até que o prato esteja totalmente cozido. Está forma de preparo permite um cozimento lento e que preserva o sabor. Tagine também é " tagine é o prato típico mais comido em Marrocos. Basicamente é o nome da panela, feita de barro cozido envernizado, sendo que também pode ser pintado. A tagine ou tajine, é uma panela que resiste a altas temperaturas, serve para cozinhar directamente, até porque também a sua tampa, em forma de cone, faz com que o vapor não saia e volte para o fundo da panela. A base é depois levada para a mesa para servir o cozinhado. Os pratos confeccionados nas tagines são feitos a baixas temperaturas...

Balaio.

E ainda, segundo Raimundo Morais o Balaio é um "cesto raso de talas de palmeira, de boca mais larga que o fundo, tecido caprichosamente colorido, o de se guardam costuras, roupas, miudezas, cousas domésticas. Nas proximidades  de Juruti, vila paraense, há um lago chamado Balaio". (2) Em Belem, os balaios eram de uso cotidiano dos padeiros. Assim, " Os padeiros então não só trabalhavam no interior das padarias, fazendo o pão, mas saíam com balaios cheios de pães vendendo nas ruas e nas portas das casas".(3) No século XX, na primeira metade, Segundo Fontes “O padeiro saía com um balaio grande e outro pequeno, levando quase sempre o filho como uma forma de aprendizagem da profissão". (4) Era para o ofício dos padeiros, instrumento necessário e importante. Mas, o balaio sempre foi um item largamente utilizado pelas gentes de cá. . . . 💬 E você conhece o Balaio? Tem na sua cidade? Me conta. . . . 📚✍️🏽 Referências. 📸 Canva. (1) Vicente Cher...

D. Petrona.

Vamos conhecer um pouquinho mais de Doña Petrona? Petrona Carrizo de Gandulfo nasceu em 29 de junho  de 1896, na capital da província de Santiago del Estero. Cresceu no seio de uma família que "tenía  una madre fuerte y dirigente, que reorganizó el universo del padre ausente encauzando el sustento familiar".(1) Aliás, a mãe exerce forte influência em Petrona "su madre aparece como figura central, que vertebra su personalidade". (2) A autora salienta ainda que "Petrona poderíamos haber sido lá historia de cualquier mujer que en los anos ventre se incorpora al mercado de trabajo, legada a la ciudad de Buenos Aires sin otro capital que la esqueça secundária no terminada y su ímpeto. Como muchas, podría haberse encontrado en la distintiva entre optar por el trabajo o la casa, por sus desenhos políticos o soñar con la idea de la maternidad y el hogar. Ella comprendió el significado de la modernidad a su modo, colocándose en el intersticio que la llevaba ...

Dona Petrona.

Sexta-feira com a indicação do livro "Delicias y sabores: desde Doña Petrona hasta nuestros días", da socióloga, doutora em História e professora do departamento de História da Universidad Torcuato Di Tella y en el Cemtro Cultural Ticardo Rojas (UBA), Andrea Matallana. Eu conheci o livro e a história de Doña Petrona, em minha última viagem a Buenos Aires, trouxe na mala e sempre indico como referência para conhecer um pouco mais da História da Cozinha Nacional Argentina. E você conhece a história de Doña Petrona? Não? Então vem comigo conhecer um pouquinho mais desta mulher empreendedora que se tornou famosa no rádio e televisão na década de 1920, a partir de seus livros de receitas. Andrea Matallana aborda a partir de seu livro parte importante da história "de la cocina en la Argentina a partir de revisar la trayectoria de una cocinera que formó  parte de nuestra iconografia popular: Dona Petrona Carrizo de Gandulfo". (1) A história de Dona Petrona, um ...

Trigo do Kansas.

O dia começa com fotografia histórica: Trigo do Kansas. Na fotografia, de Margaret Bourke-WhiteTaman, datada do ano de 1939, que faz parte do acervo da Revista Life,  temos um trabalhador " escovando pasta nas bordas finais de sacos recém-cheios que ele então colocará de cabeça para baixo até que a pasta seque no moinho de Farinha de Medalha de Ouro Washburn".(1) A farinha de trigo Medalha de Ouro dos moinhos de  Washburn-Crosby Co. era uma das mais famosas do mundo. A marca ganhou medalhas de ouro, prata e bronze na exposição Internacional de Millers. A história da fábrica começa em 1856 em Minneapolis quando Robert Smith Funda a Milling Company, a empresa foi adquirida logo depois por Cadwallader C. Washburn que juntamente com seu irmão passam a gerir os seus moinhos. A partir de 1866 os moinhos da fábrica passam a fabricar farinha de trigo. Em 1877, os irmãos Washburn, enviam a John Crosby farinha de trigo de Inverno para a Inglaterra. Era o início de uma marc...

"The Thankful Poor".

Dia de dialogar com a obra magistral de Henry Ossawa Tanner, pintor afro-americano nascido em Pittsburgh, Pensilvânia em 1859. Henry faleceu em Paris onde trabalhava em 1937. Famoso pelas suas pinturas de cunho religioso e pela sua arte em si. A pintura intitulada "The Thankful Poor", uma das mais importantes do pintor, narra o agradecimento de avô e neto pelo alimento e é uma das minha pinturas preferidas de Tanner. Especialmente,  porque ela se faria presente em tantas mesas pelo mundo afora. Ela também é atemporal. O tema central de suas pinturas segundo seus estudiosos tem relação direta com a influência do pai, Benjamin Tucker, que foi bispo na Igreja Episcopal Metodista Africana. A mãe de Tanner, Sarah Miller Tanner foi escravizada. Ela foi enviada pela mãe do Sul pela Ferrovia Subterrânea.  Tanner, se interessou por arte desde muito cedo, pintando desde sua adolescência, na época a família estava estabelecida na Filadélfia onde ele tinha aul...

Pilão (parte III)

Na Amazônia, como dito anteriormente, o pilão era utensílio diário e muito importante. Tinha diversos usos e aparece constantemente na literatura regional. Os viajantes Spix e Martius nos falam sobre o uso do pilão para fazer o guaraná. Assim, " O fabrico, como me mostrou o índio de Tupinambarana, era o seguinte: — O arbusto do guaraná (Paullinia sorbilis Mart.) tem as suas sementes maduras em outubro e novembro. Soltam-se da cápsula e são expostas ao sol quando estão bastante secas, ao ponto de soltar, se esfregadas com o dedo, o arilo branco que as envolve à metade, deitam-se num pilão de pedra ou sobre uma chapa côncava de grés bem duro, aquecida embaixo por brasas. Ali são reduzidas a pó fino, que se mistura com um pouco de água, ou expõe-se ao sereno, até que se deixe amassar, formando-se uma pasta. Juntam-se à massa algumas sementes inteiras ou pedacinhos, e enrola-se o todo na forma preferida, em geral cilíndrica, ou com ponta, tendo de 12 a 16 onças de peso, o...