Pular para o conteúdo principal

Colher de pau.

Aproveitando esses textos iniciais de 2024 para trazer alguns dos "quadros" que eu trabalho aqui no @daquiloquesecome. Falei das receitas históricas no último texto e hoje trago o quadro intitulado "Glossário Paraense da Alimentação". E a palavra de hoje é Colher de Pau, um item que toda cozinha tem, que era utensílio obrigatório para as tacazeiras em Belém. Como não lembrar da personagem Magá, em Santa Maria de Belém do Grão-Pará, de Dalcídio Jurandir, que utilizava a colher de pau para mexer a sua panela de tacacá. Assim, "E por fazer tacacá tão bem, merecia anel no dedo, senhora dona no molho do tucupi, no ponto da goma. escolha da pimenta, jambu e camarão, no mexer com a colher
de pau a panela de barro e cortar com a colher de sopa o tacacá na cuia ao servir".(1) Segundo Cláudio Fornari: "Colher de pau. Artefato de cozinha. a legítima colher operária. Grande e feita de madeira, como bem diz seu nome, embora hoje existam versões melhoradas de plástico resistentes a altas temperaturas. São destinadas, fundamentalmente, a mexer panelas de comidas e de doces".(2)
A colher é um utensílio importante e muito antigo. Segundo Maria Lúcia Gomensoro a
"Colher: instrumento muito antigo, para comer ou preparar comida. Apareceu ainda no Neolítico, feita de osso e de pedra".(3) A colher de pau é utensílio de memória também. Tenho certeza que você tem uma história que envolve as memórias, a cozinha e a colher de pau.
.
.
.
📚✍️🏽 Referências.
🛎O conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998. Ao de utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos.
📸 Canva. Janeiro de 2024.
(1) Dalcídio Jurandir, Belém do Grão Pará,
Livraria Martins: São Paulo, 1960. p, 59.
(2) Cláudio Fornari. Dicionário-Almanaque de comes & bebes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p, 109.
(3) GOMENSORO, Maria Lúcia. Pequeno dicionário de gastronomia. RJ: Objetiva, 1999. p, 121. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...