As imagens são da Fábrica de Cerveja Paraense, fundada em 1905, localizada na Avenida Independência em frente a estação central da Pará Eletric. A fábrica de Cerveja Paraense foi a primeira do ramo no Norte do País. Tal realidade ratifica a importância da praça comercial de Belém. Aliás, neste momento a cidade desponta como principal cidade da Amazônia, detentora de uma importância comercial significativa, um porto muito dinâmico e movimentado de produtos, embarcações e principalmente de pessoas. Em parte, sua posição de centro comercial contou com sua localização geográfica tida como excelente, como ressalta Penteado: “Belém conseguiu atingir o posto em que se encontra, graças, sobretudo, à sua excelente posição geográfica”. Assim, “situada a pouco mais de um grau de latitude sul. Junto à foz do rio Amazonas, as margens de um braço secundário, localmente conhecido como Baía do Guajará, a capital do Pará encontra-se a cerca de 120 kilometros do mar”.(1) Nesse cenário surge a primeira fábrica de cerveja paraense, a Cervejaria Paraense. Na cidade em fins do século XIX, podiam ser encontrados vários estabelecimentos fabris (2) Desde as
últimas décadas do século XIX houve o surgimento de algumas fábricas ligadas aos setores de bebidas e alimentos. Segundo a historiadora Nazaré Sarges em 1862, Belém contava com as seguintes fábricas: uma de vinho caju, uma de chocolate, três de beneficiamento de arroz e uma de café. (3)Na última década desse século, segundo a historiadora, surgiram 25 fábricas, entre elas a Palmeira(1892) que fabricava biscoitos, pães e caramelos, entre outros produtos; sendo que, no início da centúria seguinte, foram inauguradas a fábrica de cerveja Paraense em 1905. (4)O viajante Walle, aliás, enfatizou que em grau de importância econômica em primeiro lugar estava a “Cervejaria Paraense, com um capital de 1.000 contos, e cujo valor hoje supera 2.000 contos (3.500.000 francos), produzindo um dividendo anual médio de cerca de 300 contos de réis, ou seja, 525.000 francos.” (5) Quem ao ler Dalcídio Jurandir não lembra da sua chaminé quando "De um lado, estava a Fabrica de Cerveja com a chaminé e o nome no paredão branco. Do outro, a baixa, bois, valas, casebres, homens que ceifavam capim, meio atolados (...)".(6)
📸 Imagem: O vendedor de peixe, 1906. Belém da Saudade. Belém: Secult, 1996.
🔖Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
(1)PENTEADO, Antônio Rocha. Belém do Pará (estudo de Geografia Urbana). Belém: Universidade Federal do Pará, 1968, p. 38.
(2) Sobre a memória da Indústria Paraense Cf. MOURÃO. Leila.Memória da Indústria Paraense. Fiepa. Belém: (Federação das Indústrias do Estado do Pará. Sesi, Senai, Idepar, IEL. 1989.
(3)SARGES, Maria de Nazaré. Belém. Riquezas produzindo a Belle-Époque (1870/1912). Belém: Paka-Tatu, 2° ed. 2010. P.20.
(4)SARGES. op. cit., p. 21.
(5)WALLE, Paul. No Brasil, do Rio São Francisco ao Amazonas. Brasília: Senado Federal; Conselho Editorial, 2006, p. 311.
(6). Jurandir, Dalcídio. Belém do Grão- Pará. Editora Martins. 1960. p.64.
📌MACÊDO, Sidiana da Consolação Ferreira de. A Cozinha Mestiça uma história da Alimentação em Belém fins do século XIX. Programa de Pós graduação em História social da Amazônia. UFPA. 2016.
últimas décadas do século XIX houve o surgimento de algumas fábricas ligadas aos setores de bebidas e alimentos. Segundo a historiadora Nazaré Sarges em 1862, Belém contava com as seguintes fábricas: uma de vinho caju, uma de chocolate, três de beneficiamento de arroz e uma de café. (3)Na última década desse século, segundo a historiadora, surgiram 25 fábricas, entre elas a Palmeira(1892) que fabricava biscoitos, pães e caramelos, entre outros produtos; sendo que, no início da centúria seguinte, foram inauguradas a fábrica de cerveja Paraense em 1905. (4)O viajante Walle, aliás, enfatizou que em grau de importância econômica em primeiro lugar estava a “Cervejaria Paraense, com um capital de 1.000 contos, e cujo valor hoje supera 2.000 contos (3.500.000 francos), produzindo um dividendo anual médio de cerca de 300 contos de réis, ou seja, 525.000 francos.” (5) Quem ao ler Dalcídio Jurandir não lembra da sua chaminé quando "De um lado, estava a Fabrica de Cerveja com a chaminé e o nome no paredão branco. Do outro, a baixa, bois, valas, casebres, homens que ceifavam capim, meio atolados (...)".(6)
📸 Imagem: O vendedor de peixe, 1906. Belém da Saudade. Belém: Secult, 1996.
🔖Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
(1)PENTEADO, Antônio Rocha. Belém do Pará (estudo de Geografia Urbana). Belém: Universidade Federal do Pará, 1968, p. 38.
(2) Sobre a memória da Indústria Paraense Cf. MOURÃO. Leila.Memória da Indústria Paraense. Fiepa. Belém: (Federação das Indústrias do Estado do Pará. Sesi, Senai, Idepar, IEL. 1989.
(3)SARGES, Maria de Nazaré. Belém. Riquezas produzindo a Belle-Époque (1870/1912). Belém: Paka-Tatu, 2° ed. 2010. P.20.
(4)SARGES. op. cit., p. 21.
(5)WALLE, Paul. No Brasil, do Rio São Francisco ao Amazonas. Brasília: Senado Federal; Conselho Editorial, 2006, p. 311.
(6). Jurandir, Dalcídio. Belém do Grão- Pará. Editora Martins. 1960. p.64.
📌MACÊDO, Sidiana da Consolação Ferreira de. A Cozinha Mestiça uma história da Alimentação em Belém fins do século XIX. Programa de Pós graduação em História social da Amazônia. UFPA. 2016.
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