Pular para o conteúdo principal

O Guaraná.

O Guaraná (Paullinia cupana HBK), originária da Amazônia, é nas palavras de Cavalcanti, "uma planta nativa da Amazônia, de cultura pré-colombiana". (1) E ainda, uma das primeiras notícias do uso do Guaraná, foi um relato datado de 1669, pelo padre Betendorf quando diz que: "(...) tem os Andirazes em seus matos frutinhas que chamam guaraná, a qual secam e depois posam, fazendo delas umas bolas, que estima como os brancos o seu ouro, e desfeitas com uma pedrinha, com que vão roçando e em uma cuia bebida, dá tão grande forças, que indo os índios à caça um dia até outro, não tem fome, além do qie faz urinar, tira febres e dores de cabeça e caimbras". (2). Muito utilizado pelas suas propriedades medicinais, os índios Maués tomavam o Guaraná todos os dias, eles mantinham o guaraná em bastões e ralavam com língua do pirarucu uma porção, misturavam com água e bebiam. Aliás, segundo Cavalcanti, "o processo tradicional do Guaraná é aquele, legado pelos Maués, ainda hoje em uso (...)" (3) nos últimos textos tenho abordado como na região tínhamos fábricas de regrigerantes de Guaraná. Mas, antes das fábricas o consumo do Guaraná "muito difundida, era preparada de modo bastante simples: guaraná ralado mais água".(4) a forma era muito parecida aquela consumida pelos grupos indígenas. 
Eu confesso à vocês que gosto de tomar assim, guaraná em pó com água. Aqui em casa sempre tenho um potinho. Adoro também o xarope. E vocês, como preferem? 
Referências. 🎨 Imagem: R. Alvarez. In: Cavalcante, Paulo B. Frutas comestíveis da Amazônia. 4 ed. Rev. Ampl. Belém: Museu Paraense, Emílio Goeldi; Companhia Souza Cruz indústria e comércio, 1998. 🔖Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. (1) Cavalcante, Paulo B. Frutas comestíveis da Amazônia. 4 ed. Rev. Ampl. Belém: Museu Paraense, Emílio Goeldi; Companhia Souza Cruz indústria e comércio, 1998. P. 115. (2) Apud. Cavalcante. P. 115. (3) (4)Cavalcanti. op. cit., p. 117.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...