Pular para o conteúdo principal

Café Central.


Em, 17 de outubro de 1886 quando o jornal Diário de Notícias, anunciava que "Ao Café Central " era oferecido um "Succulento almoço", o local era famoso em Belém, localizado no Largo de Sant’Anna, o Café Central possuía um cardápio variado. (1)Em 12 de janeiro de 1910, avisava aos fregueses que havia iniciado um bem montado serviço noturno, sendo disponibilizado para a janta ou ceia com produtos como: (...) chocolate especial com creme, leite puro, fervido, gelado quente ou ao natural; refrescos de fructas de todas as qualidades; café feito na ocasião, laranjada e limonada, e xaropes; sandwichs, empadinhas, pasteis, doces de todas as qualidades. Cerveja nacional clara ou escura, sendo a sua especialidade, SABOROSA CANJA DE GALLINHA, Sorvetes - De creme e de fructas de todas as qualidades taes como: araçá, ananaz, maracujá, cajú, graviola, cupuassú, taperebá e bacury. Cremes -De baunilbha, chocolate, leite, ovos, etc. Vinhos de Collares e Verde, recebidos directamente de javrader. Grande sortimento de amêndoas e bombons. Especialidade em doces finos.(2)O serviço consistia em produtos de confeitaria e de padaria, servindo bebidas quentes, frias e naturais, como chocolate, leite, café, sucos e refrescos; bem como lanches e salgados. Mas, para quem queria algo mais substancioso, era possível tomar uma canja de galinha, a qual parecia ser famosa e bem aceita pelo público, pois era uma das especialidades da casa. O Café Central ainda oferecia produtos regionais como os sorvetes de araçá, cupuaçu, araçá e de taperebá, da mesma forma que dispunha de outros sabores de circulação nacional como os de baunilha e chocolate. Enfim, além de sobremesas, ainda contava com doces finos, amêndoas e bombons que podiam ser oferecidos como presentes. Pelo anúncio, também percebemos uma mudança de hábitos indicando certa movimentação noturna, com as pessoas fazendo refeições na rua, ao invés de jantar em casa. O referido estabelecimento além de famoso tinha tempo de praça, entre a passagem de tempo de fins do século do século XIX para o outro anúncio são 24 anos, o que demonstra que o Café Central era local bem procurado pelos moradores da cidade de Belém e conhecido também tanto que dispensava colocar o endereço no anúncio.
.
.
.
Referências.
(1) Diário de Notícias, 17 de outubro de 1886.
(2)Folha do Norte, 12 de janeiro de 1910, p. 4.
📌MACÊDO, Sidiana da Consolação Ferreira de. A Cozinha Mestiça uma história da Alimentação em Belém fins do século XIX. Programa de Pós graduação em História social da Amazônia. UFPA. 2016. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...