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Forno de farinha e beiju.

Os indios uaupés segundo Wallace eram "geralmente de alto porte, não sendo raro encontar entre eles alguns indivíduos com 5 pés e 9 ou 10 polegadas (1,75-1,78 m). As mulheres usam cabelos soltos, caindo nas costas, cortados num comprimento moderado". (p. 294) eram as mulheres que plantavam a mandioca, "entremeada com canteiros de cana, batata-doce e árvores frutíferas. São também elas que arracam as raízes de mandioca e preparam com elaso pão ou bolo que constitui seu principal alimento". O naturalista inglês, Alfred Russel Wallace, esteve na Amazônia em 1848, seu relato de viagem, importante fonte histórica, foi publicado em 1853. Wallace observou diversas tribos indígenas entre essas dos índios localizados as margens do rio Uaupés.
Sobre o forno para assar beiju e farinha Wallace nos diz que " depois da massa passar pelo tipiti e quandi já estava em formato de massa seca "os pedaços são assados em grandes fornos achatados de 4 a 6 pés (1,2-1,8 m) de diâmetro, tendo uma borda inclinada cuja altura é de cerca de 6 polegadas (15 cm). Esses fornos são bem acabados, sendo fabricados em argila misturada com as cinzas da casca de uma árvore chamada caripé. Suas paredes de apoio são feitas de barro e têm 2 pés (60 cm) de altura, apresentando uma abertura larga num dos lados, na qual se colocam as achas de lenha para fazer fogo". (P. 295). O forno era instrumento extremamente importante nas comunidades indígenas para os processos de cozinhar a mandioca e seus derivados.
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Referências.
🎨 Prancha XIII- instrumentos e utensílios domésticos dos indígenas. p.306. In: Wallace, Alfred Russel. Viagens pelos rios Amazonas e Negro. Trad. Eugênio Amado; Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1979. 🔖Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. 
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