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Férias e Alimentação.

Mas, afinal o que são férias? Qual a relação dela com o mundo da alimentação? Bem, a sociedade moderna ansiou por muito tempo por um "tempo livre " que chamamos de férias, especialmente a classe trabalhadora. Os excessos de exploração do trabalhador, a falta de leis levam ao entendimento de um tempo livre, que pudesse ser "ocupado" por lazer e diversão. Essa busca por férias, passa a ser ponto de discussão importante a partir de meados do século XIX. Segundo Alain Corbin, num livro clássico, que eu amo demais, A História dos Tempos Livres, nos diz que: " As férias delinearam um novo tempo social". E nesse sentido, "O tempo das férias, na medida em que a massificação das práticas o foi inscrevendo cada vez mais nitidamente em oposição ao tempo de trabalho, tornou-se o da felicidade esperada e, de certo modo, alcançada".(1) O tempo de férias é o tempo desejado de todo trabalhador, é um tempo livre que como nos mostra Corbin é fundamental para se entender a construção de identidades sociais. E o que as férias tem haver com práticas alimentares? Tudo! São esses novos usos do tempo livre que vão originar novas práticas alimentares. Através da hotelaria, das férias nas praias, do paquet, dos transatlânticos, das viagens de trem e tantas outras formas em que férias e o mundo da alimentação andam juntos. Sobre essas relações vamos trazer textos e análises inéditos. A tela Picnic Ceia nas Dunas de Areia, de Charles Courtney Curran, retrata bem a leveza das férias,  crianças brincam em torno da "mesa" de piquenique, onde é possível encontrar bebidas, uvas, pão, limões e um frango?
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✍🏽 to be continued...

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📚✍🏽 Referências.
🎨 Charles Courtney Curran, Picnic Supper on the Sand Dunes, 1890. Charles Courtney Curran (1861-1942) Picnic Supper on the Sand Dunes, 1890 Óleo sobre tela. Exibido: Pennsylvania Academy of the Fine Arts, Philadelphia, 1892, no. 58
🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.  Uso educacional. 
(1) Corbin, Alain. História dos Tempos Livres. O advento do lazer. Trad. Telma Costa. Ed. Teorema, Portugal, 2001. p. 92. 

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