Pular para o conteúdo principal

Férias!!! Manaus/AM

O daquiloquesecome está de férias! E eu vou compartilhar tudinho sobre histórias da alimentação e gastronomia dos lugares que vou passar. Primeira parada a cidade de Manaus, no Amazonas. Cidade linda, encantadora e nossa "prima" por assim dizer. O primeiro sabor que provei em terras manauaras foi o X-Caboquinho!
O X-Caboquinho é um sanduíche tradicional de Manaus. Aliás, desde 2019, quando os vereadores aprovaram o Projeto de Lei que fez do sanduíche amazônico em Patrimônio cultural e imaterial da cidade.(1) 

O X-Caboquinho é um sanduíche, "Preparado com pão francês, queijo coalho, banana pacovã frita e tucumã, fruta nativa da região. É um dos sanduíches mais consumidos pelos manauaras".(2)
É muito saboroso!!!! Eu amei a experiência. O X-Caboquinho leva como principal ingrediente o tucumã. Vicente Chermont de Miranda nos diz sobre o "Tucumã, s.m. -Astrocarium tucuman. Palmeira muito espinhosa de frutas encarnadas, em volumosos cachos, cuja polpa amarelo-avermelhada é doce e pegajosa".(3) O Tucumã do Amazonas é uma Arecácea (Palmeira) cujo nome científico era Astrocaryum aculeatum.Mas, que atualmente é Astrocarym Tucuma. A origem desta Palmeira, cuja altura atinge em média 25 metros de altura seria como nos aponta Paulo B. Cavalcanti: "ser nativo do Estado do Amazonas onde é muito frequente, dispensando-se por outras áreas (Guianas, Peru e Colômbia) e, ao que parece, não chega ao Estado do Pará". (4) E ainda, "Este tucumã é bem diferente daquele do Pará (...) Nos meses de janeiro a abril é muito comum nas feiras e nos principais pontos de afluência de pessoas no centro comercial de Manaus". (5) Come-se Tucumã com os dentes e um bom prato de farinha, em lascas no pão ou com mingau de farinha d'água. As opções são várias. Ultimamente, tem-se relacionado muito seu consumo ao sanduíche X-Caboquinho, mas, é importante que se diga que seu consumo é ancestral. Aliás,  populações indígenas, também faziam uso das fibras para confecção de rede e dos caroços para fabricação de colares.
.
.
.
💬 E você? Já provou o X-Caboquinho de Manaus? Me conta!
.
.
.
📚✍🏽 Referências.
📌 Lembramos que se você faz uso dos meus textos, peço que dê os créditos e faça a citação. Afinal, aí reside a riqueza da literatura bibliográfica: a sua diversidade de obras.
🛎O conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998. Ao utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos.
📽 Sidiana Macêdo. Manaus/AM. 12 de julho de 2023.
(1)(2) X-caboquinho. REDAÇÃO - JORNALISMO@PORTALAMAZONIA.COM
23/07/2021 11:20 |Atualizado 30/01/2022 16:50 In: https://portalamazonia.com/amazonia-az/x-caboquinho
(3)Vicente Chermont de Miranda. Glossário Paraense. [Coleção de Vocábulos Peculiares à Amazônia e Especialmente à Ilha do Marajó]. Universidade Federal do Pará. 1968, p. 92.
(4)(5)CAVALCANTE. Paulo B. Frutas comestíveis da Amazônia. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi; Companhia Souza Cruz, 1998, p. 219/220.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...