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Receita Histórica: Livro Cozinheiro Imperial.

Vamos de sábado com receita Histórica, do primeiro livro de receitas publicado no Brasil? O primeiro livro de receita publicado no Brasil, O Cozinheiro Imperial, data de 1839, existem dúvidas se foi em 1839 ou 1840, de autoria desconhecida que é apenas assinado com as iniciais R. C.M, publicado pela editora Laemmert. A historiadora Leila Algranti nos informa que umas das possibilidades é que o livro tenha sido escrito por um Chef de Cozinha da Corte. Segundo Algranti, “a ausência de um estilo de cozinha e de instruções pessoais (...) leva a supor que o autor do primeiro livro brasileiro de culinária não tenha sido um cozinheiro (...) o fato de o autor se intitular chef pode ter sido uma forma de conferir respeitabilidade àobra,reafirmando uma antiga tradição na história da edição dos livros de cozinha, cujas obras mais divulgadas, desde a Idade Média, foram escritas por cozinheiros experientes a serviço das grandes casas de nobreza europeia”. (1)
Na página 167, do livro existe uma receita de Biscoitos de massa que fica deliciosa, sendo uma excelente opção para aquele cafezinho da tarde...
💬✍🏽 E qual a receita?
Amasse uma quarta (100 g) de farinha de trigo com 225 g de manteiga e 225 g de açúcar, 6 gemas e água morna com uma colherinha de sal. Depois que estiver bem socada, faça os biscoitinhos do tamanho de um dedo ou argolinha e leve ao forno com assadeira untada.

E deixo o convite nas palavras do próprio autor R. C. M. 
"De que serve, leitor, hajam manjares Bons doces, bons pitéis bem singulares,
Altos recreios, que o prazer dedica. Para a boca tornar mais sábia e rica (...)".

E vamos lá?
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✍🏽📚 Referências.
(1) O Cozinheiro Imperial. R.C.M. Editora Nova Cultural. 1996. (1)ALGRANTI, Leila M. O mestre Cuca Sem Nome.
In:www.revistadehistória.com.br. Acesso em 15 janeiro de 2016.E ainda ver: ALGRANTI, Leila Mezan. Os livros de receitas e a transmissão da arte luso-brasileira de fazer doces (séculos XVII-XIX). In: VIEIRA, Alberto.O açúcar e o quotidiano: atas do III Seminário Internacional sobre o Açúcar. Funchal: Centro de Estudos de História do Atlântico, 2004, p. 127-143. 

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