Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2020

Guaraná Globo.

Quando criança, lá pelo fim dos anos 80, era comum quando ficávamos doentes "ganhar" um guaraná pra que ficássemos bons logo, quem lembra disso? A começar que refrigerante não se tomava sempre, tomar refrigerante era algo destinado aos aniversários, domingos e dias festivos. Eu adorava quando ficava "doente" e ganhava a minha garrafinha de Guaraná. Ninguém podia tomar, somente eu! Lembro da primeira viagem que fiz pra Europa e todo lugar que chegava era automático pedir guaraná, e obter a resposta que não tinham...era o indicativo que eu havia saído do Pará. A fábrica Globo, do Pará, de propriedade de Duarte & Fonseca, localizada na rua dos Timbiras, era uma das mais famosas em Belém pela produção de Guaraná. No anúncio datado do ano de 1952, "a marca consagrada em todo Brasil" trazia em seu anúncio o "nectar da Amazonia".(1) Aliás, desde início da década de 1940, a Fábrica Globo já vendia seu famoso Xarope de Guaraná, anunciando ...

Guaraná Simões

Em janeiro de 1932, a fábrica Gram-Pará de propriedade de Oliveira Simões, trazia no jornal Folha do Norte anúncio do Guaraná Simões, conhecido por "seu sabor agradabillissimo e por suas poserosas qualidades tonicas e estomachaes". Era portanto um produto de excelente qualidade já que "fabricado hygienicamente com puro guaraná de Maués e absolutamente imune de álcool " o anúncio dizia que ele era produzido com "puro guaraná Maués " ora era de conhecimento que os Maués eram os maiores produtores de Guaraná, eram "famosos" por produzir o melhor guaraná que se tem notícia. A fábrica Gram-Pará, localizada na rua 13 de maio, número 26, também tinha uma filial no Rio de Janeiro e se intitulava como aquela que vendia o "producto sem igual no Brasil". Tão bom que contava com inúmeros prêmios, tanto nacionais quanto internacionais, numa época que haviam exposições de produtos e também prêmios destinados às fábricas pela qualidade ...

Viva São João!!!

Ontem eu contava pra Marji como quando eu era criança e morávamos lá em Abaeté, no Santa Rosa, eu acho que eu tinha a idade que ela tem hoje, 8 anos, meu pai na frente de nossa casa fez uma bonita fogueira, pra mim, no alto dos meus 8 anos era uma fogueira "imensa" não havia maior, contei da alegria que foi acender a fogueira, da alegria com os estalos e folguedos de São João, da gente na porta de casa esperando a fogueira queimar pra enfim "pular a fogueira". E neste dia, podiamos dormir um pouqinho mais tarde, porque todo mundo queria "pular a fogueira". Os olhinhos dela brilhavam ouvindo. Quem hoje não está saudoso de uma festa Junina? Quem sente até o cheirinho típico desta época do ano? Como hoje é dia de São João, data muito comemorada em Belém e nos interiores desde sempre, trago dois anúncios de lugares que ofereciam um cardápio em comemoração a essa data, e comemorar quer dizer com muita comida junina e saborosa, tão cheiro...

Domingo com café.

Bom dia com café e cena do filme "O Jardim das Palavras". Uma das bebidas mais consumidas em todo mundo,  sempre nos remete a bebida "comfort food"! Tomar café é um ritual muito particular de cada um, ritual cotidiano e para muitos necessário. Afinal,  não se começa o dia, de forma "verdadeira" sem uma boa xícara de café! Não é mesmo!? . . . 📽 repost da cena de @film.foods. O Jardim das Palavras. DireçãoMakoto Shinkai; ProduçãoNoritaka Kawaguchi; RoteiroMakoto Shinkai; MúsicaDaisuke Kashiwa;DistribuiçãoAUS Madman; Entertainment BI Anime LimitedNA Senta. Japão, 2013. 🔖Qualquer óbice em relação a cena por favor nos avisar.

Influências indígenas.

A imagem de Debret retrata diversos utensílios de uso doméstico e cotidiano dos grupos indígenas como os cestos, balaios e no centro um tipiti de palha. Instrumento essencial para a produção da farinha e do tucupi. Para além da farinha haviam outros alimentos derivados da mandioca ou associados a essa raiz e que são de origem indígena vamos falar um pouqinho sobre eles. Segundo Monteiro um destes alimentos é o "puqueca é um tipo especial de beiju, com sal e pimenta, envolvida a massa em fôlhas de pacova-sororoca (bananeira). Só então, é levada ao iapuna". (1) E ainda, um prato denominado de "Maniuara comida feita à base do abdome da formiga içá ou tanajura fêmea (Atta sexdena) e tucupi, com farinha sêca. Tudo torrado em frigideira à moda de farofa. (...) é um clássico (...) hoje conhecido entre as populações indígenas". (2) Havia ainda a mujica um prato que era uma "comida feita à base de peixe cozido ou moqueado, fragmentado, sem espinhas, cozido e...

Biscoito Estrelinhas.

Começamos a sexta-feira com receitinha da Tia Evelina. 😘 Biscoitos Estrelinhas.  Ingredientes.  1 xícara de açúcar. 🍚 2 colheres de manteiga.🥄🥄 2 gemas.🥚🥚 1 ovos.🥚 1 colher de fermento em pó.🥄 1 colher de sopa de canela.🥄 Cerca de 400 gramas de maisena.  Uvas-passas. Modo de Fazer 🥣🥣 1. Misture muito bem com ajuda de uma colher o açúcar, manteiga, os ovos, fermento e a canela. Quando estiver bem homogêneo. 2. Misture a maisena aos poucos até ficar no ponto de abrir com um rolo.  3. Corte os biscoitos com um cortador no formato de estrelinha. Coloque numa fôrma untada com manteiga, pincele com gema e coloque no meio uma uva passa.  4. Leve ao forno pré aquecido por minutos por 30 minutos.  O que eu achei real da receita? 🍴 É muito saborosa. 🍴Rápida, prática e uma ótima opção ao lanche dos miúdos. 🍴Gostei muito do sabor.  #instafood #food #amomuito #receita #dehoje #caseirices #donadecasa #donadecasaquetrabalhafora #...

As casas de Farinha.

Da mandioca inúmeros alimentos são derivados. Destes, muitos eram de origem indígena. Na imagem de Herbert Smith, intitulada "Preparo de farinha de mandioca" e que muito nos lembra as "casas" de fazer farinha do Pará, com cenário que nos é tão característico da nossa Amazônia temos um forno de farinha. A casa de fazer farinha é aberta com um telheiro, cestos no chão, uma mulher está a preparar o fazer da farinha, uma pequema pega lenha, provavelmente para alimentar o fogo. Muitas árvores em volta, deveria ser numa espécie de "copiar" adjacente à casa de residência da família. Importante dizer que da mandioca os grupos indígenas faziam diversos tipos de farinha, Monteiro nos descreve 8 tipos: farinha d'água, farinha de tapioca, farinha de guerra, farinha de macaxeira, farinha sêca ou escura, farinha sêca branca, farinha de surui e farinha de tapioca (conduto). (1) Hoje apresento a vocês duas delas: 1. A farinha d'água: "É a melhor farinha ...

Torração da Farinha

Na imagem de Maurílio Galba de 1962, vemos o processo de torração da farinha de mandioca. A cena é composta de uma mulher que torra a farinha no forno, vários cestos e ao fundo, olhando toda a cena duas criancas, uma em pé na porta da casa e outra na rede. Ao lado de um dos cestos, ao que parece várias raízes, seriam de mandioca? A imagem me remeteu a personagem Libânia de Dalcídio Jurandir que tinha "— Mão de roceira desde gita. aquele-menino. Carreguei puçá de mandioca, virei farinha no forno, remei de me doer (...) assoalhei barraca, embarreei parede, sou curada de cobra, pajé me defumou, tenho oração" (1)O viajante Bates, no ano de 1848, informava que "À pouca distância da casa havia telheiros abertos sob os quais se fazia a farinha para uso do estabelecimento. No centro de cada telheiro havia tachos rasos, feitos de barro, postos em cima do forno onde a farinha é cozida". A descrição de Bates lembra a imagem de Galba.(2) Agassiz, no século XIX, em sua estada em...

A Casa Fé em Deus...

Em 6 de janeiro de 1950, a Casa Fé em Deus, localizada na Travessa Oriental do Mercado, n.5 e de telefone 2285, de propriedade de Joaquim Escalda e que era "depósito da afamada farinha FÉ EM DEUS" recebia em "consignação todos os gêneros de produção do interior". (1) o anúncio nos permite entender duas questões: a primeira diz respeito ao fato de que o estabelecimento era muito conhecido pela população ja que tinha "numerosa freguesia da capital e do interior do Estado " não apenas era conhecida aqui na capital como nos interiores também. Uma segunda questão diz referência ao fato de que a dita casa vendia a "afamada farinha FÉ EM DEUS! Deveria oferecer uma farinha de excelente qualidade já que ela era tão afamada. Então, se comia muita farinha em Belém? Com certeza, a farinha era alimento de primeira necessidade, era a farinha de todo dia, e juntamente com a carne Verde ou seca e o peixe compunha a lista de alimentos de primeiranecessidade, tanto ...

Hot- dog.

Como já fazia tempo que eu não postava nas "sextas de pratos típicos" hoje trago numa cena do filme "Up-altas aventuras" o hot-dog. O filme, animação infantil que faz a alegria de crianças e de adultos também, conta a história de Carl Fredricksen, um senhor de 78 anos, que era vendedor de balões e que na iminência de perder a casa em que viveu por toda a vida com sua amada esposa Ellie, decide ir embora com sua casa. Ele coloca balões em sua casa, fazendo com que a casa voe. Sua ideia é viajar para uma floresta na América do Sul. Tudo muda quando ele descobre que o escoteiro Russell, um menino de 8 anos havia "embarcado" com ele. O menino que aparece na cena feliz ao ser servido com hot-dog e que "briga" com os cachorros pra que não comam seu lanche. Hoje falarei do hot-dog esse alimento que é tão americano, mas, que se popularizou no gosto dos brasileiros e paraenses também. O hot-dog segundo Gomensoro surgiu nos Estados Unidos em 1900, no mais ...

A fabricação de farinha.

Nos desenhos de Maurílio Galba, de 1962, sobre a "farinhada do Rio Negro" é possível visualizar dois momentos de elaboração da farinha: ralação no iuquicé (um ralo de madeira) e a prensagem da mandioca no tipiti. Um processo eivado das técnicas indígenas que chegam até nós. Nesse sentido, Monteiro nos diz que "É agradável saber que muitos dêsses alimentos continuam rigorosamente participando da cultura que se convencionou chamar "da mandioca", sem terem sofrido modificações importantes no processo de fatura nem sequer na nomeclatura". E ainda, "pode-se observar ainda na Amazônia uma casa de farinha funcionando com os mesmos (...) equipamentos de há quatrocentos ou talvez mais anos (...)" (1). Sobre esse processo, Fernão Cardim, no século XVI, nos diz que "(...) destas raízes espremidas e raladas se faz farinha que se come; também se deita de molho até apodrecer, e depois limpa, espremida, se faz também farinha, e uns ...

Mandioca, os índios e Pero Vaz de Caminha.

O primeiro depoimento sobre a alimentação dos indígenas em 24 de abril de 1500, na então ilha de Vera Cruz, quando Pero Vaz de Caminha descreveu o "estranho" cardápio dos indígenas, a mandioca estava lá. Assim dizia a Carta de Caminha "tinham, a saber, muito inhame e outras sementes, que na terra há e eles comem". (1). Naquela época, a mandioca era denominada de inhame. Segundo o autor nos primeiros anos de colonização, as descrições feitas da mandioca eram com a denominação de inhame. Gavriel Soares de Souza ao descrever a mandioca dizia que " é uma raiz de inhame". Pero de Magalhães Gandavo informava em 1573 que "Esta se faz da raiz duma planta que se chama mandioca, a qual é como inhame".(2) Esse inhame não era aquele consumido na África mas, sim, a mandioca, pois como certifica o autor " Não havia o inhame atingido ao Brasil quando os portugueses desembarcaram em Porto Seguro. Veio deliberadamente traziso de Cabo Verde, da ...