"Via a cidade se preparando, chegavam os primeiros romeiros do interior. Armavam-se, no Largo de Nazaré, as diversões de arraial. Alfredo, pela primeira vez, montou num cavalinho. E viu rodando num
camelo, pernudo e branco, a boca aberta, de casimira e polar, o frango do sobrado de azulejos. Libânia, numa escapada, com dinheirinho dado pela Isaura, voou no aeroplano (...) Antônio, à espera enquanto ela voasse, deu um pulo na Basílica, espiou aproximou-se do altar, temeroso, porque ouvia falar da fama do vigário que era um bruto. Foi erguendo os olhos para o altar, todo uma
brancura, uns dourados e umas luzes finas, tantas roupagens, e lá em cima, escondidinha, a santa, ora vejam só, quem que imaginava, mas tão miudinha! E viu no Largo suspenderem-se os fios da iluminação carregados de lâmpadas que lhe faziam lembrar redes de pesca. As
luzes iriam transformar em dia as quinze noites do arraial. No meio, as sumaumeiras de cabeça cacheada lá em cima, com as suas sapopemas em baixo caiadas, prontas para dar assento aos romeiros, aos vendedores avulsos de mendubi, pé de moleque. e passoca nas noites de afluência".(1) A descrição de Dalcídio Jurandir do Arraial de Nazaré, pelos olhos de Alfredo, Isaura e Antônio é um verdadeiro presente pra nós. A quadra Nazarena da primeira metade do século XX, corresponde a descrição do autor. É como uma pintura de época. No entorno do arraial, durante todo o período da festa muitos bares, restaurantes, cafés e outros estabelecimentos de comer ofereciam aos romeiros opções saborosas pra "viver pelo paladar" a festa. O Bar Paraense era um destes locais, em 16 d outubro de 1929, uma quarta-feira " a dois passos do arraial de Nazareth" se dizia "ponto de reunião da nossa elite"! Já que " quem vae divertir-se no largo, fruir o prazer de uma hora de cinema ou theatro, não deve esquecer do estomago" obde era possível "gosar das petisqueiras que o COSTA sabe escolher para servir á sua digna freguezia". O Bar paraense ao que parece atendia um grupo de pessoas que frequentavam os cinema e teatros. Era portanto, "chic e distincto e util ir ao Bar Paraense". O referido bar era conhecido pela sua "gorda paca no tucupi". Será se esse era um dos pratos?
📰 Folhado Norte, 16 de outubro de 1929.
(1)Jurandir, Dalcídio. Belém do Grão- Pará. Editora Martins. 1960. p. 144.
📌 Para saber mais: MACÊDO, Sidiana da consolação Ferreira de; BEZERRA NETO, José Maia . A festa de Nossa Senhora de Nazaré: entre a fé e as comidas. Interações Sociais, v. 3, p. 1-112, 2019.
camelo, pernudo e branco, a boca aberta, de casimira e polar, o frango do sobrado de azulejos. Libânia, numa escapada, com dinheirinho dado pela Isaura, voou no aeroplano (...) Antônio, à espera enquanto ela voasse, deu um pulo na Basílica, espiou aproximou-se do altar, temeroso, porque ouvia falar da fama do vigário que era um bruto. Foi erguendo os olhos para o altar, todo uma
brancura, uns dourados e umas luzes finas, tantas roupagens, e lá em cima, escondidinha, a santa, ora vejam só, quem que imaginava, mas tão miudinha! E viu no Largo suspenderem-se os fios da iluminação carregados de lâmpadas que lhe faziam lembrar redes de pesca. As
luzes iriam transformar em dia as quinze noites do arraial. No meio, as sumaumeiras de cabeça cacheada lá em cima, com as suas sapopemas em baixo caiadas, prontas para dar assento aos romeiros, aos vendedores avulsos de mendubi, pé de moleque. e passoca nas noites de afluência".(1) A descrição de Dalcídio Jurandir do Arraial de Nazaré, pelos olhos de Alfredo, Isaura e Antônio é um verdadeiro presente pra nós. A quadra Nazarena da primeira metade do século XX, corresponde a descrição do autor. É como uma pintura de época. No entorno do arraial, durante todo o período da festa muitos bares, restaurantes, cafés e outros estabelecimentos de comer ofereciam aos romeiros opções saborosas pra "viver pelo paladar" a festa. O Bar Paraense era um destes locais, em 16 d outubro de 1929, uma quarta-feira " a dois passos do arraial de Nazareth" se dizia "ponto de reunião da nossa elite"! Já que " quem vae divertir-se no largo, fruir o prazer de uma hora de cinema ou theatro, não deve esquecer do estomago" obde era possível "gosar das petisqueiras que o COSTA sabe escolher para servir á sua digna freguezia". O Bar paraense ao que parece atendia um grupo de pessoas que frequentavam os cinema e teatros. Era portanto, "chic e distincto e util ir ao Bar Paraense". O referido bar era conhecido pela sua "gorda paca no tucupi". Será se esse era um dos pratos?
📰 Folhado Norte, 16 de outubro de 1929.
(1)Jurandir, Dalcídio. Belém do Grão- Pará. Editora Martins. 1960. p. 144.
📌 Para saber mais: MACÊDO, Sidiana da consolação Ferreira de; BEZERRA NETO, José Maia . A festa de Nossa Senhora de Nazaré: entre a fé e as comidas. Interações Sociais, v. 3, p. 1-112, 2019.
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