Pular para o conteúdo principal

Ensopadinho de Camarão com legumes: Mosqueiro-PA.

O texto de hoje é sobre o quadro: "Daquilo que se come: rotas pelo Pará" [nesta série de textos eu vou falar sobre histórias da alimentação a partir de viagens pelo Pará]. E se você quer conhecer um pouquinho mais do Pará, me acompanha por aqui(...)
Hoje vou falar sobre o ensopadinho de camarão com legumes, um dos pratos oferecidos nos hotéis da Ilha do Mosqueiro-PA, lugar de muitas histórias da alimentação.[ Já falamos sobre algumas das histórias do Mosqueiro]. O camarão frito era/é um dos preferidos pelos turistas e moradores. Leandro Tocantins nos lembra ainda que: "(...) descascávamos travessas de camarões fritos, joia de paladar, com regalo de uma batida com cachaça de Abaetetuba". (1) Mas, além do camarão frito havia uma preferência pelo ensopadinho de camarão regional com legumes. Nas lembranças de Dona Oscarina, que trabalhou por muitos anos no Hotel Farol, segundo nos contam Andréa Mártyres de Oliveira e Silvia Sueli Santos da Silva, autoras do livro "Hotel Farol: História  e Memórias" sobre os pratos que eram servidos no hotel na segunda metade do século XX: "Era leitão, era carne carne assada, era camarão com legume, era torta de camarão, era carne moída pra fazer uma torta ou assim mesmo, era peixe ensopado (...) A gente fazia um ensopadinho de camarão, que os hóspedes gostavam muito (...)". Aliás, o dito ensopadinho de camarão que geralmente levava/leva camarão regional, batatas, chuchus, cenouras, maxixe e temperos ainda hoje é encontrado não apenas no Mosqueiro, mas, em outras cidades do Pará. E você? Gosta de ensopadinho de camarão?
.
.
.
📚✍️🏽Referências.
🛎O conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998. Ao de utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos.
(1)TOCANTINS, Leandro. Santa Maria de Belém do Grão-Pará. Belo Horizonte: Itatiaia, 1987, p. 31.
(2) Andréia Mártyres de Oliveira e Silvia Sueli Santos da Silva.Hotel Farol: História e Memórias" vol II. Belém, PA:Paka-Tatu, 2020. p, 247.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...