Você sabia que a cocada é um doce presente em outros países da América Latina? E que na Colômbia ela faz parte dos doces vendidos por mulheres em vários locais da Costa Caribenha Colombiana. Em matéria o jornal El Tiempo faz referência a essas mulheres como as "vendedoras de alegría"? Essas mulheres são vendedoras de "dulces de ajonjolí, de maní, cocadas de leche, de piña y mantecadas. Los dulces son su vida y su sustento". Muitas delas aprenderam "gracias a la instrucción de su mamá, el oficio de preparar los dulces típicos de la costa caribe". Mulheres que sustentam a si e sua família com a venda de doces ou como elas mesmas dizem "Nuestros deliciosos dulces de la costa , como ellas los definen". E assim, "A la una de la tarde (...) salen por Ibagué, y su pregón (...) Grita Teresa Llevo alegría, cocada, maní, ajonjolí, dulce de leche,las cocaaaadas (...) Y así pasan la tarde, y la vida, vendiendo cocadas a 600 pesos, caminando y pregonando (...)". (1) A cocada para essas mulheres é antes de tudo, o produto que permite o ganha pão diário, o trabalho que através de gerações possibilita o seu sustento e de suas famílias. Na imagem, temos a estátua que é uma homenagem A Palenquera, mulheres que vendem doces entre eles a cocada em Cartagena.
Maíra Freitas nos permite uma ampla análise sobre gênero e trabalho em torno das mulheres vendedoras de cocadas e doces, chamadas de Palenqueras. A autora analisa em seu texto: "(...) a especificidade do trabalho do fazer doces de mulheres negras da comunidade de San Basilio de Palenque, localizado no município de Mahates, no estado de Bolívar, na Colômbia, distante 45 km da cidade de Cartagena de Índias". (3) E ainda, "A feitura dos doces é a base da renda familiar e, na maioria dos casos, a principal fonte de renda da mesma. Esta atividade vem de um saber-fazer tradicional das famílias, que é transmitida de geração em geração. Os doces são vendidos por mulheres que os carregam sobre a cabeça em uma bacia de alumínio. A comercialização dos produtos é feita internamente e em outros municípios da Colômbia e até mesmo em países vizinhos retornando assim os lucros para a comunidade".(4) As cocadas estão entre os principais produtos de venda das palenqueras. Como nos aponta a autora: "Os produtos elaborados, em sua maioria, são: cocadas brancas, cocadas negras, cocadas de goiaba, os doces de mamão, alegrías (doce à base de milho, coco e rapadura), cocadas de abacaxi com rapadura, alguns doces em forma pastosa, doce de tamarindo, doce de gergelim e o bolo de yuca".(5) O trabalho que as palenqueras fazem é árduo, constante e bem cansativo ao corpo também.Contudo, ao longo do tempo permanece sendo realizado pelas mulheres da comunidade de San Basilio de Palenque, a cidade foi quilombo e fora fundado por africanos escravizados no período Colonial. Aliás, hoje é declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. A venda de doces era/é parte importante da resistência destas mulheres por sua autonomia e identidade. E você já conhecia as vendedoras de cocadas Palenqueras? Me conta!!
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📚✍🏽Referências.
📸 https://mapio.net/images-p/9880235.jpg 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
(1) VENDEDORAS DE ALEGRÍA. Por: REDACCION EL TIEMPO, 28 de febrero 2003, 12:00 a. m. In: https://www.google.com/amp/s/www.eltiempo.com/amp/archivo/documento/MAM-981890
Acessado em 30 de setembro de 2021.
(2) (4)(5) 41º Encontro Anual da Anpocs
GT 13: Gênero, trabalho e família
Título do trabalho: Tocaba irme a vender: Gênero, trabalho, raça e família numa
comunidade negra do Caribe Colombiano.
Nome da autora: Maíra Samara de Lima Freire, 2017. 📌 Para saber mais:
BROWN-GLAUDE, W. Higglers in Kingston Women’s Informal Work in Jamaica.
Nashville. Vanderbilt University Press , 2011.
MINTIZ, Sidney. Caribe: História e Força de Trabalho. In: O poder amargo do Açúcar:
produtores escravizados, consumidores proletariados. Recife: Ed. Universitária da
UFPE, 2010.
Maíra Freitas nos permite uma ampla análise sobre gênero e trabalho em torno das mulheres vendedoras de cocadas e doces, chamadas de Palenqueras. A autora analisa em seu texto: "(...) a especificidade do trabalho do fazer doces de mulheres negras da comunidade de San Basilio de Palenque, localizado no município de Mahates, no estado de Bolívar, na Colômbia, distante 45 km da cidade de Cartagena de Índias". (3) E ainda, "A feitura dos doces é a base da renda familiar e, na maioria dos casos, a principal fonte de renda da mesma. Esta atividade vem de um saber-fazer tradicional das famílias, que é transmitida de geração em geração. Os doces são vendidos por mulheres que os carregam sobre a cabeça em uma bacia de alumínio. A comercialização dos produtos é feita internamente e em outros municípios da Colômbia e até mesmo em países vizinhos retornando assim os lucros para a comunidade".(4) As cocadas estão entre os principais produtos de venda das palenqueras. Como nos aponta a autora: "Os produtos elaborados, em sua maioria, são: cocadas brancas, cocadas negras, cocadas de goiaba, os doces de mamão, alegrías (doce à base de milho, coco e rapadura), cocadas de abacaxi com rapadura, alguns doces em forma pastosa, doce de tamarindo, doce de gergelim e o bolo de yuca".(5) O trabalho que as palenqueras fazem é árduo, constante e bem cansativo ao corpo também.Contudo, ao longo do tempo permanece sendo realizado pelas mulheres da comunidade de San Basilio de Palenque, a cidade foi quilombo e fora fundado por africanos escravizados no período Colonial. Aliás, hoje é declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. A venda de doces era/é parte importante da resistência destas mulheres por sua autonomia e identidade. E você já conhecia as vendedoras de cocadas Palenqueras? Me conta!!
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📚✍🏽Referências.
📸 https://mapio.net/images-p/9880235.jpg 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
(1) VENDEDORAS DE ALEGRÍA. Por: REDACCION EL TIEMPO, 28 de febrero 2003, 12:00 a. m. In: https://www.google.com/amp/s/www.eltiempo.com/amp/archivo/documento/MAM-981890
Acessado em 30 de setembro de 2021.
(2) (4)(5) 41º Encontro Anual da Anpocs
GT 13: Gênero, trabalho e família
Título do trabalho: Tocaba irme a vender: Gênero, trabalho, raça e família numa
comunidade negra do Caribe Colombiano.
Nome da autora: Maíra Samara de Lima Freire, 2017. 📌 Para saber mais:
BROWN-GLAUDE, W. Higglers in Kingston Women’s Informal Work in Jamaica.
Nashville. Vanderbilt University Press , 2011.
MINTIZ, Sidney. Caribe: História e Força de Trabalho. In: O poder amargo do Açúcar:
produtores escravizados, consumidores proletariados. Recife: Ed. Universitária da
UFPE, 2010.
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