Pular para o conteúdo principal

Padarias em Belém.


Uma das marcas de Belém são suas padarias. Você sabia que a padaria Fortaleza do Humaythá é uma das mais antigas de Belém em funcionamento? E no mesmo local, na Travessa São Pedro ? Em 1916, ela já era descrita como uma das mais antigas de Belém. Naquela ocasião, a padaria pertencia a firma Santos & Mendes e produzia "diariamente para o consumo da manhã e da tarde, cêrca de 100 kilos de pão e 90 ditos de roscas e bolachinhas".(1) Naquela época para o fornecimento de tantos pães, roscas e bolachinhas a padaria contava com o trabalho de 5 funcionários. A cidade de Belém ao longo de seus 406 anos, teve várias padarias abertas todos os dias para vender pão, bem como biscoitos, roscas, manteiga e demais produtos. As padarias fazem parte da memória da cidade e de suas gentes. O memorialista Alfredo Oliveira, nos fala sobre a importância das padarias na cidade de Belém,  segundo o autor: "Belém é uma palavra árabe, que significa "Casa do Pão". As padarias da cidade representavam para mim uma atração constante. Eu adorava o cheiro de pão fresco, que atirava a vontade de comê-lo (...) Posso lembrar sem esforço  de uma série de padarias cujos produtos deixaram saudades: Palmeira, na Manoel Barata, com seus Pães, biscoitos (paciência, Champanhe, de leite etc.), roscas e doces folhados (ah, os caracóis com o recheio amarelo do creme de gema!); a Vitória, na 13 de Maio, com um inigualável pão de quilo, de casca grossa, boa para fazer "canoa" sem o miolo;a União, na 7 de setembro, com seu gostoso pão redondo e suas bolachas de soda, que eram guardadas em latas; a Olívia, na 14 de Março com o pão cacete saído do forno a todo instante; a Aveirense, na Avenida Independência, vendendo pão de massa fina e pão de forma de primeira. Lembro ainda a Santa Rita, na Alcindo Cacela; a Camões, na Rui Barbosa; a Nazaré,  na Avenida Nazaré; a Circular, na D. Pedro I, entre outras". (2) Eu adoro padarias, adoro conhecer e ir nas minhas preferidas. A Fortaleza do Humaitá é uma das minhas preferidas. Impossível pensar Belém sem elas não é verdade?
.
.
.
💬 E você? Qual padaria de Belém você gosta de ir?
.
.
.
📚✍🏽 Referências.
📸 Canva.
✍🏽 Para saber mais: Macêdo, Sidiana da Consolação Ferreira de. A Cozinha Mestiça uma história da alimentação em Belém. (Fins do século XIX e início do século XX). PPGHIST. UFPA,  2016. p. 77
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8849 (1) LOBATO, Júlio. Notas de um repórter: Reportagens nos hotéis e padarias de Belém. Belém: TYP. F. Lopes, 1916. (2) OLIVEIRA, Alfredo. Belém, Belém. São PAULO: Empíreo, 2015, p, 140. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...