Você sabia que Belém já teve Theatro Bar? E que eles estavam espalhados por vários locais da cidade? Alguns funcionaram por décadas e eram famosos pelos espetáculos que ofereciam? Não sabia? Então, vem comigo conhecer um pouco mais desta História! A partir da primeira metade do século XX, a cidade de Belém passa a ter um número significativo de bares, que de acordo com os anúncios de jornais ofereciam aos seus clientes divertimento, alimentação e bebidas. Um exemplo disso é o Bar Paraense, ele era conhecido também como Theatho Bar e funcionava na antiga Avenida Independência, hoje Magalhães Barata. O theatro-bar fazia parte do complexo da Fábrica de Cerveja Paraense. Era descrito como um “agradável centro de diversões”, que, em 9 de janeiro de 1910, realizava sua festa artística, qualificada como um “espectaculo” segundo se anunciava na Folha do Norte.
De acordo com a propaganda, o programa era “organizado de fórma a attrahir para alli grande número de apreciadores deste gênero variado e inoffensivo”. Em 14 de janeiro de 1910, outro anúncio informava que no Bar Paraense seria levada à cena uma bem urdida comédia em um ato, “produção de um reputado comediographo nacional, e que fará rir a bandeiras despregadas”. Segundo o mesmo anúncio, neste “espectaculo” haveriam “números de
encantar”, “cançonetas deliciosas e intermezzos tão ao sabor do nosso público”.(1) O Bar Paraense, era um dos mais tradicionais e antigos da cidade, tanto que o primeiro anúncio deste, por nós encontrado, data de 1910. Em 14 de fevereiro de 1931, cerca de 21 anos depois, lá estava o Bar Paraense anunciando a realização de seu
Carnaval. (2) Ainda, no mesmo ano e mês, além da garantia de uma boa diversão com “jazz band”, o Bar Paraense anunciava ao público o serviço de bebidas como o “schopp”,(3) bem como um: “Menu variado, destacando-se saborosos patos no tucupi”.(4) No mesmo mês, aliás, o dito estabelecimento noutro anúncio enfatizava que seria servido: “Gorda paca no tucupy e o saboroso Bratwurst (salsicha)”.(5) A realização de espetáculos em bares parecia comum em Belém. Em 5 de fevereiro de 1931, às oito e meia da noite, no Sousa Bar, tido como ponto de recreação da família paraense, haveria mais uma estrondosa estreia do show de ilusionismo com os aplaudidos Los Rodrigues, chegados do Sul, divertimento que prometia “arte, riso e sucesso”, uma vez que contava com: “Números de gargalhadas, destacando-se o de alta
illusão”. Em pleno carnaval, nos idos de 1931, o Souza Bar parecia se destacar com sua programação, apresentando o teatro de revista intitulado: “No reino da Alegria-Emporio do Riso- Onde vive o carnaval”. A propaganda, certamente visando atrair foliões, sem falsa modéstia informava que a “opinião pública”, que circulava pelos “cafés” da cidade, igualmente afirmava que a “hilariante revista Depois não chora” era o “único divertimento aproveitável do carnaval” daquele ano. Desse modo, concluía o anunciante: “Não ir ao SOUSA BAR é lesar o bom gosto”, até porque, além das atrações artísticas, se “tinha ainda Menu extraordinário com “SCHOPP GELADINHO Doces e guaraná”. (6) Assim, "além de espaços para consumo de bebidas e comidas, alguns bares, conforme já apontamos, se tornavam espaços de apresentação de atividades artísticas tais como as revistas teatrais, a exemplo de “À Procura do Badallo”, encenada no Bar Pilsen em fevereiro de 1931, sendo como outros tantos um espetáculo destinado às famílias, uma vez que tudo aconteceria com muita “ARTE! LUXO! ALEGRIA! CONFORTO! MORALIDADE”.(7) Na imagem, no canto a direita, temos o "Theatro Bar Paraense", em cartão postal do início do século XX. E você conhecia essa história? Me conta!
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📚✍🏽 Referências.
📸 Imagem: Theatro Bar Paraense. Belém da Saudade. A memória da Belém do Início do século XX em cartões postais. 4 ed. Revista e aumentada. Secult-PA, Belém,2004. p. 290. 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
138 O Pará, 3 de janeiro de 1898, p. 1.
(1) Folha do Norte, 9 de janeiro de 1910, p. 3; Folha do Norte, 13 de janeiro de 1910, p. 3. (2)“CARNAVAL! CARNAVAL! CARNAVAL! É SÓ NO OLHO”. E, ainda, “No Bar Paraense, durante a quadra carnavalesca! ALEGRIA! - ESPECTACULOS PURAMENTE FAMILIARES -VERVE!”. Folha do Norte, 17 de janeiro de 1910, p. 2.
(3)Folha do Norte, 17 de fevereiro de 1931, p. 4. (4) Folha do Norte, 26 de fevereiro de 1931, p. 4. (5)144 Folha do Norte, 7 de fevereiro de 1931, p. 4.
(6) (7)Apud; Macêdo, Sidiana da Consolação Ferreira de. A Cozinha Mestiça uma história da alimentação em Belém. (Fins do século XIX e início do século XX). PPGHIST. UFPA, 2016. p. 52-53-54.
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8849
De acordo com a propaganda, o programa era “organizado de fórma a attrahir para alli grande número de apreciadores deste gênero variado e inoffensivo”. Em 14 de janeiro de 1910, outro anúncio informava que no Bar Paraense seria levada à cena uma bem urdida comédia em um ato, “produção de um reputado comediographo nacional, e que fará rir a bandeiras despregadas”. Segundo o mesmo anúncio, neste “espectaculo” haveriam “números de
encantar”, “cançonetas deliciosas e intermezzos tão ao sabor do nosso público”.(1) O Bar Paraense, era um dos mais tradicionais e antigos da cidade, tanto que o primeiro anúncio deste, por nós encontrado, data de 1910. Em 14 de fevereiro de 1931, cerca de 21 anos depois, lá estava o Bar Paraense anunciando a realização de seu
Carnaval. (2) Ainda, no mesmo ano e mês, além da garantia de uma boa diversão com “jazz band”, o Bar Paraense anunciava ao público o serviço de bebidas como o “schopp”,(3) bem como um: “Menu variado, destacando-se saborosos patos no tucupi”.(4) No mesmo mês, aliás, o dito estabelecimento noutro anúncio enfatizava que seria servido: “Gorda paca no tucupy e o saboroso Bratwurst (salsicha)”.(5) A realização de espetáculos em bares parecia comum em Belém. Em 5 de fevereiro de 1931, às oito e meia da noite, no Sousa Bar, tido como ponto de recreação da família paraense, haveria mais uma estrondosa estreia do show de ilusionismo com os aplaudidos Los Rodrigues, chegados do Sul, divertimento que prometia “arte, riso e sucesso”, uma vez que contava com: “Números de gargalhadas, destacando-se o de alta
illusão”. Em pleno carnaval, nos idos de 1931, o Souza Bar parecia se destacar com sua programação, apresentando o teatro de revista intitulado: “No reino da Alegria-Emporio do Riso- Onde vive o carnaval”. A propaganda, certamente visando atrair foliões, sem falsa modéstia informava que a “opinião pública”, que circulava pelos “cafés” da cidade, igualmente afirmava que a “hilariante revista Depois não chora” era o “único divertimento aproveitável do carnaval” daquele ano. Desse modo, concluía o anunciante: “Não ir ao SOUSA BAR é lesar o bom gosto”, até porque, além das atrações artísticas, se “tinha ainda Menu extraordinário com “SCHOPP GELADINHO Doces e guaraná”. (6) Assim, "além de espaços para consumo de bebidas e comidas, alguns bares, conforme já apontamos, se tornavam espaços de apresentação de atividades artísticas tais como as revistas teatrais, a exemplo de “À Procura do Badallo”, encenada no Bar Pilsen em fevereiro de 1931, sendo como outros tantos um espetáculo destinado às famílias, uma vez que tudo aconteceria com muita “ARTE! LUXO! ALEGRIA! CONFORTO! MORALIDADE”.(7) Na imagem, no canto a direita, temos o "Theatro Bar Paraense", em cartão postal do início do século XX. E você conhecia essa história? Me conta!
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📚✍🏽 Referências.
📸 Imagem: Theatro Bar Paraense. Belém da Saudade. A memória da Belém do Início do século XX em cartões postais. 4 ed. Revista e aumentada. Secult-PA, Belém,2004. p. 290. 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
138 O Pará, 3 de janeiro de 1898, p. 1.
(1) Folha do Norte, 9 de janeiro de 1910, p. 3; Folha do Norte, 13 de janeiro de 1910, p. 3. (2)“CARNAVAL! CARNAVAL! CARNAVAL! É SÓ NO OLHO”. E, ainda, “No Bar Paraense, durante a quadra carnavalesca! ALEGRIA! - ESPECTACULOS PURAMENTE FAMILIARES -VERVE!”. Folha do Norte, 17 de janeiro de 1910, p. 2.
(3)Folha do Norte, 17 de fevereiro de 1931, p. 4. (4) Folha do Norte, 26 de fevereiro de 1931, p. 4. (5)144 Folha do Norte, 7 de fevereiro de 1931, p. 4.
(6) (7)Apud; Macêdo, Sidiana da Consolação Ferreira de. A Cozinha Mestiça uma história da alimentação em Belém. (Fins do século XIX e início do século XX). PPGHIST. UFPA, 2016. p. 52-53-54.
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8849
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