Pular para o conteúdo principal

O padeiro da rua de São Martin.

Domingo com pintura de Juan León Pallière, pintor franco-brasileiro e sua obra "Panadero en la Calle de San Martín - Buenos Aires". A aquarela datada de 1858, nos permite visualizar um tipo de vendedor ambulante da cidade de Buenos Aires. Juan León Pallière nascido no Brasil em 1 de janeiro de 1823, tem vasta obra retratando os costumes da cidade de Buenos Aires e seus interiores. O pintor foi morar na Argentina em 1855, contava com 32 anos, ele viajava pelos interiores e pintava os costumes locais. Na sua obra foram comum as desenhos, aquarelas, óleos sob tela e litografias que retratavam o cotidiano. Particularmente, eu acho "Padeiro da rua de San Martín" uma riqueza. E me lembra um pouco a venda de porta em porta de pães em Belém. Os vendedores ambulantes na cidade de Buenos Aires segundo Ferreras: "De porta em porta e de cortiço em cortiço, esses comerciantes de pouca monta chegavam todas as manhãs para satisfazer as demandas daqueles que precisavam de algum produto de urgência ou que não podiam ir às lojas. Alguns vendedores ambulantes detinham um
monopólio virtual de certos produtos, como o leite".(1) O autor nos informa ainda, que o número de trabalhadores ambulantes creceu bastante em fins do século XIX e iníciodo XX, "chegando a quase 12.000 em 1901. Sem uma regulamentação adequada
que pudesse controlá-los ou verificar as condições higiênicas em que
trabalhavam, abarcavam ramos distintos de alimentos, vendendo até
mesmo roupas".(2) E você já conhecia a obra de Juan León Pallière? Se você gostou fica por aqui que ao longo desta semana vamos falar sobre hábitos alimentares da Argentina. Inaugurando um espaço sobre "Alimentação pelo mundo". 🍽🛎🌍
.
.
.
📚✍️🏽 Referências.
🛎O conteúdo deste blog está protegido pela lei n° 9.610 datada de 19-02-1998. Ao utilizá-los, não se esqueça de dar os créditos.
🖼 Panadero en la Calle de San Martín - Buenos Aires, según Pallière. Acuarela, c. 1858. Extraída da publicação "Monumenta Iconographica" publicada em 1964 por Bonifacio del Carril.
Academia Nacional de História da Argentina. In: Wikimedia Commons.
https://commons.m.wikimedia.org/wiki/File:Panadero_en_la_Calle_de_San_Mart%C3%ADn_-_Buenos_Aires,_seg%C3%BAn_Palli%C3%A8re.tif
(1)(2)Ferreras, Norberto Osvaldo.
O cotidiano dos trabalhadores de Buenos Aires (1880-1920) / Norberto Osvaldo Ferreras. — Niterói : EdFF, 2006.
p. : il. ; 23 cm. (Coleção Biblioteca EdUFF, 2004) p, 122.








Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...