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As tabernas na Amazônia.

E na Amazônia? Haviam tabernas? Sim, contudo, seu funcionamento era diferente das Tabernas Europeias. A alimentação com seus espaços moldando as práticas alimentares, ao mesmo tempo que as diversas práticas alimentares moldavam ou exigiam determinados lugares de comer que também eram inegavelmente de socialização. Locais como as tabernas, botequins, mercearias, restaurantes, cafés, hotéis, bares e quitandas; bem como as barracas das feiras e os tabuleiros dos vendedores ambulantes compunham os locais de venda e de sociabilidade. Neste sentido, a título de degustação, em 1898, na taverna com açougue contiguo no canto das Ruas Oliveira Belo e Dom Romualdo de Seixas, em 29 de janeiro, pela parte da noite, os gatunos penetraram pelo açougue contiguo à taverna, fazendo um rombo na porta que comunica os dois estabelecimentos, pelo qual passaram e levaram consigo 60 latas de manteiga, de libra, 20 ditas de meia libra e 2.800$ em 
dinheiro. O jornal dizia então: “Já notaram como os larápios d‟aqui gostam de 
manteiga?”.(1) A fonte nos permite perceber duas questões: Mas, porque roubar manteiga? A manteiga era um artigo de valor elevado, as Manteigas importadas, como as inglesas e francesas então, eram artigos de luxo, assim como queijos e frutas importadas. (2) As tabernas eram locais de venda a miúdos,  a retalho, vendiam em porções diversos produtos do cotidiano. Ao que parece as tavernas ao longo da Amazônia tinham essa características de local de venda  de bebida, petiscos e venda de alimentos, na imagem uma taberna, localizada na Vila Japiim, no Acre, em janeiro de 1953. Eram portanto, pontos de abastecimento das cidades e vilas. Algumas faziam o abastecimento de alimentos a retalho. Haviam muitas tabernas ou tavernas que eram localizadas nos bairros e atendiam a uma clientela "fiel". 
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Referências. 
📸 ID: 6309. Autor: Guerra, Antonio Teixeira, 1924-1968; Jablonsky, Tibor
Título: Taberna na Vila Japiim (AC)
Local: Rio Branco. Ano: jan. 1953. 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. (1) O Pará, 30 de janeiro de 1898, p. 2.(2) Macêdo, Sidiana da Consolação Ferreira de Macêdo. A Cozinha Mestiça uma história da alimentação em Belém. (Fins do século XIX e início do século XX). PPGHIST. UFPA,  2016. p. 12

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