Pular para o conteúdo principal

Os restaurantes.

O restaurante moderno é uma das maravilhas que temos no mundo da Alimentação não é verdade? E apesar de sempre existirem os locais de comer como as estalagens, tabernas ou tavernas e outros como já vimos por aqui,  os restaurantes modernos inauguram uma nova forma de comer e a arte de bem comer e ser visto. Os restaurantes modernos, tais como conhecemos, surgiram na França como 
locais em que se serviam um caldo restaurador, que restabelecia a saúde.(1) Com o passar do tempo, no entanto, foi deixando de ser um local para restabelecer as forças tornando-
se o restaurante que vemos na atualidade. Sendo que, ao longo do século XIX, na 
Europa, em especial na França, o número de restaurantes aumentou de maneira 
significativa. Segundo Jean-Robert Pitte: “começa a desenhar-se uma segunda revolução na arte de comer 
bem fora de casa. Ela está associada ao desenvolvimento dos transportes rápidos e do turismo de luxo”. (2) Os restaurantes eram uma opção distinta das pensões, tabernas e casas de pasto. No início “o restaurante começou, e assim permaneceu durante seu primeiro século de existência, como lugar exclusivo para ricos e servia em Londres, Paris, Nova York e Berlim”.(3)Aos poucos eles vão ganhando espaço em outros países, contudo, “mesmo quando o restaurante passou a ser acessível a uma clientela variada, a uniformidade do que era oferecido permaneceu relativamente constante por mais de um 
século”.(4) Assim, os restaurantes inauguram o refinamento e a arte de comer bem fora de casa.  Segundo Freedman: "o restaurantes era um local de exibição pública,  mas também  de encontros íntimos e privados (...) A arte de ser visto sem ser visto, da exclusividade com publicidade foi aperfeiçoada num período de revolução  social e econômica ". (5) A pintura de Henri Toulouse-Lautrec, retrata bem essa ideia, um casal elegante num restaurante pra comer, ver e ser visto. 🫖
.
.
.
💭 E você? Qual teu restaurante preferido❓💬✍🏽
.
.
.
Referências. 
📸 National Gallery of Art, Washington,  Coleção Mr. and Mrs Paul Mellon. In: FREEDMAN, Paul (Org.). A história do sabor. São Paulo: Editora Senac, 2009, p. 28.🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. 
(1) (3)(4)SHORE, Elliott. Jantando Fora: o desenvolvimento do restaurante. In: FREEDMAN, Paul. op. cit., p. 301. (2) PITTE, Jean-Robert. Nascimento e expansão dos restaurantes. In: FLANDRIN, 
Jean-Louis; MONTANARI, Massimo. História da Alimentação. São Paulo: Estação Liberdade, 1998, p. 759.
(5) Paul Freedman. A História do sabor. Paul Freedman (org) trad: Anthony Sean Cleaver.São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2009.p.29. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...