Corria
o ano de 1898, o teatro paraense seria laureado com uma revista de costumes
paraenses, escrita pelo consagrado autor de obras teatrais Arthunio Vieira, a
peça que naquele momento já estava nos ensaios, estaria dividida em três atos,
com 32 números de música, trataria do cotidiano da cidade de Belém.
Segundo
Aristarcho, autor da matéria sobre a referida peça seria um grande sucesso,
pois, seria escrita em linguagem simples e até mesmo popular, sem, contudo, ser
uma linguagem que pudesse ofender ou escandalizar a sociedade. A peça
intitulada por “Belém... de bicycleta”. Dentre seus personagens estariam: A Intendência,
o cyclismo, a porca, iluminação elétrica, a luz elétrica paraense, um padeiro,
um hoteleiro, um peixeiro, um sorveteiro, um cocheiro, um guarda municipal, o
café-beirão, o assahy, o tacacá, a história, os vendedores ambulantes, os
estabelecimentos comerciais como a “Formosa Paraense”; “Paris n’America” e “Bom
Marché”, estes três últimos eram alguns dos principais estabelecimentos da
praça comercial de Belém, vendiam produtos variados.
Fico a
pensar o que cada personagem diria em cena, suas falas, pois, apesar da peça
ter um caráter fictício, eles eram representação dos sujeitos que andavam todos
os dias pela cidade de Belém. A peça de Arthunio Vieira, ela traz personagens
que atuavam todos os dias pela Belém. A Belém de bicycleta era também a Belém a
Belém dos ambulantes, dos imigrantes, do trabalho e da ordem (representada pelo
governo). Era a Belém do progresso representada na peça pela iluminação pública
elétrica e a luz elétrica paraense. Era também a Belém da manutenção dos antigos
hábitos com os vendedores ambulantes como Simão Francisco Gomes, que foi
multado em 28 de abril de 1899 às 9 horas da manhã por infração ao código de
postura municipal. Ou ainda, de Valetin Passa, que queria colocar uma máquina
de garapa. A Belém dos animais que andavam pela rua como a porca ou dos
carroceiros e do cyclismo, em contrapartida aos bondes. Ou dos carroceiros como
Ignacio Ribeiro Marques e Delfino de Oliveira que foram multados por deixarem
os carros abandonados na via pública.
Assim,
a arte imitava a vida e a peça de Arthunio Vieira trazia à Belém... de
bicycleta, do Bond e dos carroceiros.
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