Olá, leitores!
As tabernas eram espaços próprios da venda de artigos
onde se podia encontrar desde café até mesmo pirarucu ou bacalhau; eram assim
detentores de certa variedade que atendiam dos mais simples aos mais exigentes
fregueses. Tais espaços vendiam não apenas produtos alimentícios, mas diversos
outros itens como copos de vidro, paninhos de mesa e outros; seus proprietários
tinham estabelecimento fixo, na maioria das vezes na frente das casas com
moradia ou ainda um prédio cujo fim destinava-se ao comércio e por isso pagavam
impostos.
Na cidade de Belém, as tabernas estavam
geralmente localizadas em ruas ou avenidas onde havia um fluxo de pessoas
destinadas a abastecer suas casas com os produtos variados. Eram lugares que
abriam no horário comercial, tanto que ficavam nos bairros conhecidos por tal
atividade em ruas como d’Alfama, Largo de Sant’ Ana ou mesmo dos Mercadores.
Algumas próximas a casas destinadas à venda de panos finos, perfumarias etc...
No entanto, é cedo demais para identificar a taberna apenas como vendedoras de produtos
comerciais. Existiam também aquelas que eram lugares em que havia brigas,
bebidas e cuja população vizinha à mesma estava sempre pedindo providencias à
patrulha, até porque eram também lugares comuns para os escravos encontrarem-se
para suas arruaças. No
ano de 1869, na rua Nova canto da de S. Matheus, parece que havia uma taberna,
a qual os negros e negras transformaram em sua bodega, onde os mesmos faziam “seu rendez-vous nocturno”.
Este estabelecimento que continha em suas paredes o nome de “Canto d’Alegria”,
como o próprio nome sugere, parecia ser o lugar onde os “diletos” passavam as
noites alegremente. O autor do queixume intitulado “Censor” ainda lamentava que
qualquer homem de bem que passasse “por uma taberna ou esquinas de ruas onde
quase sempre há reuniões de preto, não terão presenciado espectaculos repgnantes, e offensivos à moral pública!”. [1] Em 1883, no jornal Diário de Noticias, o português José
Ferreira de Oliveira estava queixando-se da patrulha que segundo ele haviam o
ameaçado e ainda espancado um homem em sua taberna. [1]
O problema das tabernas não está na denominação, mas na forma de utilização do
espaço pelos sujeitos sociais existentes. Ela podia ser utilizada da maneira
que seu proprietário viesse achar mais lucrativo e tal escolha provavelmente
dependeria também de sua localização e freguesia. Então, a taberna não tem uma
única apresentação e passeando pela mesma cidade poderíamos entrar numa taberna
para comprar alvitres para o almoço ou à noite para o rendez-vous alegre onde seus frequentadores faziam desse ambiente um
momento de descontração e contentamento. O que posso dizer é que entre os
sujeitos e lugares existiam na Belém diversos significados para as “tabernas”.
E assim, termina mais uma notícia de Belém de outrora...
Até o próximo prato!
Comentários
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, participe, você também faz o blog...