Em nossa terceira postagem sobre pirarucu, o diálogo será a partir de Inglês de Sousa, que com seu romance intitulado O Missionário nos permite conhecer os costumes alimentares nos interiores da Amazônia. Ao longo do livro, de 1891, Inglês de Sousa nos mostra uma dieta alimentar composta de pirarucu, farinha e, as vezes frutas. (1) E ainda, "Víveres não faltavam. A dona do sítio fornecer-lhes-ia anzóis e linhas de pesca (...) comeriam o seu peixe com bananas verdes assadas, petisco delicioso, capaz de despertar
a gula dum santo. De resto bananas não faltavam no sitio e já cortadas (...) Tinham uma boa lasca de pirarucu seco, sal, bananas e anzóis, que lhes faltava?" (2). Você sabia que nos interiores eram comuns as feitorias pra pesca do pirarucu? Mas, o que eram as feitorias? Segundo Veríssimo, as feitorias durante período da pesca eram uma espécie de 'casa' dos pescadores que, sozinhos ou na companhia da família, formavam a habitação e armazém. Entre as pessoas que se destinavam aos trabalhos nas feitorias e pescarias estavam os sertanejos e ainda os índios. Segundo Veríssimo, "Nos lugares mais altos dessas terras em geral baixas e humidas, quando não alagadiças, erguem a sua feitoria iu barraca, denominação que começa a prevalecer áquella. Meia dúzia de páos toscos servindo de esteios, vigas e caibros formam a armação desse edifício primitivo o que coberto por todos os lados de palha (...) lhes servirá, nos mezes que ahi passa, de habitação e armazém (...) a mesma barraca lhes serve de loja, de dispensa, de depósito paravo peixe pescado, de refeitório, de cosinha, de dormitório; é o domus completo (...)". (3) O viajante Agassiz, quando de sua viagem, conta a "história de um desses índios pescadores de nome José Antônio Maia, que vivia em uma cabana numa barraca de um braço do rio Ramos, que comunicava o Amazonas com o madeira. José Antônio morava na dita feitoria com sua mulher Maria Joana e seus filhos. (4)
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Referências.
📸 Feitorias. Keller Leuzinger. 1874. Apud: Keller Andrade Terence. Viajantes, artistas e filósofos naturalistas: práticas para uma turistificação? RITA, n° 3 : avril 2010. Disponível em http://www.revue- rita.com/content/view/76/149(1) SOUZA, Inglês de. O Missionário. 3ªEd. São Paulo: Ática,1992.
(2) Souza, op. cit.,p. 90. (3) Veríssimo, op. cit., p. 20. (4) MACÊDO, Sidiana da Consolação Ferreira. Do que se come: uma história do abastecimento e da alimentação em Belém (1850-1900). São Paulo: Editora Alameda, 2014. p. 49.
a gula dum santo. De resto bananas não faltavam no sitio e já cortadas (...) Tinham uma boa lasca de pirarucu seco, sal, bananas e anzóis, que lhes faltava?" (2). Você sabia que nos interiores eram comuns as feitorias pra pesca do pirarucu? Mas, o que eram as feitorias? Segundo Veríssimo, as feitorias durante período da pesca eram uma espécie de 'casa' dos pescadores que, sozinhos ou na companhia da família, formavam a habitação e armazém. Entre as pessoas que se destinavam aos trabalhos nas feitorias e pescarias estavam os sertanejos e ainda os índios. Segundo Veríssimo, "Nos lugares mais altos dessas terras em geral baixas e humidas, quando não alagadiças, erguem a sua feitoria iu barraca, denominação que começa a prevalecer áquella. Meia dúzia de páos toscos servindo de esteios, vigas e caibros formam a armação desse edifício primitivo o que coberto por todos os lados de palha (...) lhes servirá, nos mezes que ahi passa, de habitação e armazém (...) a mesma barraca lhes serve de loja, de dispensa, de depósito paravo peixe pescado, de refeitório, de cosinha, de dormitório; é o domus completo (...)". (3) O viajante Agassiz, quando de sua viagem, conta a "história de um desses índios pescadores de nome José Antônio Maia, que vivia em uma cabana numa barraca de um braço do rio Ramos, que comunicava o Amazonas com o madeira. José Antônio morava na dita feitoria com sua mulher Maria Joana e seus filhos. (4)
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Referências.
📸 Feitorias. Keller Leuzinger. 1874. Apud: Keller Andrade Terence. Viajantes, artistas e filósofos naturalistas: práticas para uma turistificação? RITA, n° 3 : avril 2010. Disponível em http://www.revue- rita.com/content/view/76/149(1) SOUZA, Inglês de. O Missionário. 3ªEd. São Paulo: Ática,1992.
(2) Souza, op. cit.,p. 90. (3) Veríssimo, op. cit., p. 20. (4) MACÊDO, Sidiana da Consolação Ferreira. Do que se come: uma história do abastecimento e da alimentação em Belém (1850-1900). São Paulo: Editora Alameda, 2014. p. 49.
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