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Pirarucu


E ainda, segundo Osculati durante sua viagem nos idos de 1847, o pirarucu “alguns dos quais pesam até 600 libras, e cujas as carnes são cortadas em longas tiras e deixadas para secar. Tem um sabor semelhante ao bacalhau, e faz-se dele um enorme consumo em toda a comarca do rio Negro e do Pará. Os índios Ticunas vão à sua pesca com arpões, com os quais o atingem, mal se apresenta à flor da água. Este desmesurado peixe de água-doce tem a cabeça muito volumosa, ou seja, quase cilíndrica. O corpo é oblongo, as escamas são grandes, ósseas, com a espinha dorsal muito longa. A cor é de um verde escuro por cima e rosa escuro debaixo; a maioria das escamas tem uma mancha rosa de um lado, e as caudas são listradas de vermelho e azul. O pirarucu ou sudis gigas encontra-se no rio das Amazonas e no Japurá; atinge o comprimento de 7 a 8 pés; os naturais do lugar guardam a sua língua, que é óssea, rugosa, e da qual se servem para raspar o guaraná”. (1) Sampaio em alimentação sertaneja nos pontua que: "Pirarucú (Arapaima gigas): grande peixe dos rios e lagos amazônicos, muito apreciado seja fresco, seja salgado e de que ha industria do charque (bacalhau da Amazonia). Quando novo, é chamado "bodéco"(2).

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Referências.
Smith, Herbert H. The Amazons and coast. New York. 1879. 📸 Pirarucu.
(1) OSCULATI, Gaetano. De Tabatinga à Belém (1847). In: ISENBERG, Teresa (Org.). Naturalistas Italianos no Brasil. São Paulo: Ícone; Secretária de Estado da Cultura, 1990, p. 143. (2) A.J. Sampaio. A alimentação Sertaneja e do interior da Amazônia. Companhia Editora Nacional. São Paulo. 1944. Biblioteca pedagógica brasileira Brasiliana. p.305. 🎤🎞📸Narração com trechos do livro de Veríssimo, José. A pesca na Amazônia. 1915. Universidade federal do Pará. 1970. P.21. 📌MACÊDO, Sidiana da Consolação Ferreira de. A Cozinha Mestiça uma história da Alimentação em Belém fins do século XIX. Programa de Pós graduação em História social da Amazônia. UFPA. 2016. 

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