Hoje um hábito muito simples e que está presente na mesa de tantas pessoas:o uso do garfo, não foi um hábito rápido de ser adotado e nem mesmo era "aceito" por todas as pessoas e classes sociais. As formas e usos dos utensílios domésticos variaram muito ao longo da história. Nas mesas dos ricos no século XIII, as colheres eram de ouro, cristal e outros materiais que ostentavam riqueza e opulência. O garfo, surgiu apenas ao fim da Idade Média e não era um utensílio individual. Ele era usado para retirar os alimentos da travessa comum, num uso mais coletivo. E mesmo nas classes mais abastadas ele não era utensílio do cotidiano. Seu uso também não foi aceito em todas as cortes com rapidez e de maneira comum, em muitos locais não havia a aceitação do uso do garfo, fazer uso individual dele era uma ofensa muito grande aqueles que nao estavam acostumados e não tinham esse hábito e/ou o utensílio. Nobert Elias, nos diz que devemos estar atentos para entender e analisar os usos e costumes das sociedades. Muitos hábitos estavam tão enraizados que "aquele grupo" em específico não aceitava o uso de novos padrões e comportamentos. O garfo foi um deles, Elias em seu livro "O Processo Civilizador: uma história dos costumes"; nos conta a história de um "doge de Veneza"que havia casado com uma princesa grega, no século XI. No grupo de origem desta princesa, seu círculo bizantino o garfo era usado. Ela leva nos seus pertencentes um "pequeno garfo de ouro com dois dentes". Esse hábito tão comum para a princesa provocou um escândalo em Veneza, o uso do garfo foi tido como exagerado. A princesa recebeu severas repreensões dos clérigos, os quais inclusive invocaram a irá divina para ela. Pouco tempo depois ela foi acometida de uma grave doença, a qual, foi entendida como castigo divino pela "afronta" do uso do garfo. O uso do garfo nas cortes européias somente a partir do século XVI que tornam-se um hábito cotidiano e de forma mais geral. (1) Às vezes nós não percebemos que aquele garfo que encontramos de todas as formas e valores foi um dia um artigo de luxo e opulência. E como alguns utensílios que nós são tão comuns levaram tanto tempo pra serem "aceitos" nos círculos sociais, não é mesmo?
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Referências.
📸 Talher de Bolso. Albert Museum, Londres. In:Franco. Ariovaldo. De caçador a gournet:uma história da gastronomia. 4° ed. Rev. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006. p. 177. 🔖Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. (1) Nobert Elias. O processo Civilizador. Uma história sos costumes. Trad. Ruy Jungmann. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro. 1990. 80-81.
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Referências.
📸 Talher de Bolso. Albert Museum, Londres. In:Franco. Ariovaldo. De caçador a gournet:uma história da gastronomia. 4° ed. Rev. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006. p. 177. 🔖Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. (1) Nobert Elias. O processo Civilizador. Uma história sos costumes. Trad. Ruy Jungmann. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro. 1990. 80-81.
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