Já falamos sobre alguns dos aspectos econômicos, politicos e simbólicos do pão. Hoje vamos abordar o pão em seu uso religioso, o qual também apresenta muitas simbologias. Tal uso ganhou força com a Igreja Católica que preocupada com os rituais pagãos em torno do trigo e pão procurou associar desde o fazer até o comer aos ritos e símbolos católicos. Segundo Jacob, "os sacerdotes cristãos opunham-se a todo este ciclo de negociações com os demônios da terra, a esse enorme medo que os celtas, os germanos e os eslavos experimentavam em relação às consequências da atividade agrícola. Comecaram a usar o argumento de que uma atividade que terminava com a produção do Christis paniformis, o Senhoe sob forma de pão, não podia ter nada de mau".(1) Com o tempo essa ideia passa a ganhar adeptos cada vez mais, especialmente, entre aqueles que convertiam-se ao catolicismo. Assim, "Qualquer sacerdote de aldeia punha-as em prática à frente de toda a gente ao transformar o pão em "Corpo de Cristo" no ritual da missa. Era como se em qualquer quantidade de massa que fosse preparada eativesse já potencialmente presente o "corpo do Senhor". Por tal razão, mesmo que se estivesse fazendo pão comum para a alimentação das pessoas, era obrigatório traçar três cruzes na parte superior dos pães e era considerado pecado deixá-los virados ao contrário. O pão também nunca era colocado diretamente sobre a mesa, mas sempre envolvido num pano". (2) Na Idade Média, o pão torna-se um dos alimentos mais consumidos. Rabelais em Gargântua, nos diz que no período medieval "Os famosos fogaceiros de Lerné, existem ainda fornos de Fogaças, às vezes escavados na rocha, alguns dos quais remontam ao século XI". E ainda, como nos aponta Revel: "o pão e o vinho, permanecerão até o século XX os dois pilares do consumo na civilização ocidental". (4) Pão e vinho, os dois "pilares" mais simbólicos da liturgia e que a Igreja teve papel preponderante ao associar um alimento do cotidiano a fé e suas simbologias. Na tela, a cena de São Benito vemos o pão sobre a mesa.
.
.
.
Referências.
🎨 Rizi, Fray Juan Andrés La cena de San Benito . Óleo sobre lienzo. Siglo XVII. In: https://www.museodelprado.es/ 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. Uso Educacional.
(1) (2) Jacob, Heinrich Eduard. Seis mil anos de Pão. Trad. José M. Justo. São Paulo: Nova Alexandria, 2003. p.132. p.188-229.
(3) Revel, Jean-François. Um Banquete de palavras: uma história da sensibilidade gastronômica. Trad: Paulo Neves. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 92.
(4) Revel, op. cit.,p. 85.
.
.
.
Referências.
🎨 Rizi, Fray Juan Andrés La cena de San Benito . Óleo sobre lienzo. Siglo XVII. In: https://www.museodelprado.es/ 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. Uso Educacional.
(1) (2) Jacob, Heinrich Eduard. Seis mil anos de Pão. Trad. José M. Justo. São Paulo: Nova Alexandria, 2003. p.132. p.188-229.
(3) Revel, Jean-François. Um Banquete de palavras: uma história da sensibilidade gastronômica. Trad: Paulo Neves. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 92.
(4) Revel, op. cit.,p. 85.
Comentários
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, participe, você também faz o blog...