A Semana Santa chegou e com ela muitas tradições, simbolismos e hábitos alimentares próprios deste momento. Umas das práticas mais comum nesta semana é o hábito do jejum. Especialmente, o jejum de carne na sexta-feira da paixão. Mas, você sabia que a origem do jejum foi uma prática política incentivada pela Igreja Católica na Idade Medieval? Prática que tornou-se um hábito religioso cristão desta aquela época, mas, que tem origens políticas e de hierarquias sociais. E se comer é um ato político as escolhas do que comer também o são. Aliás, segundo o historiador Jean- Marc Albert, " a refeição política não é uma refeição ordinária: tudo converge (...) pelo ritual que a refeição exibe, para torná-la um momento excepcional". (1)
E ainda, o discurso do jejum e da "proibição " de comer carne nesta época está relacionado a épocas de carestia deste alimento especialmente, pela maioria da sociedade, então manter um calendário em que a maior parte dos dias são de comida "magra" era uma estratégia importante para a manutenção da ordem social, quando a grande maioria das pessoas passavam fome em contraposição aos excessos alimentares das cortes e seus nobres. Nesse sentido, se olharmos com atenção a tela de Veronose é possível perceber também uma intenção política ali, já que: "Quando Veronese coloca em sua obra As Bodas de Canaã um figo cristalizado próximo de Cristo, ele toma partido no debate que opõe os teólogos sobre a questão do Jejum na época da Quaresma". (2) A imensa pintura de Paolo Veronese, pintor italiano do Renascimento, datada de 1562, traz como tema central As Bodas de Canaã, com vários questionamentos aos debates religiosos da época, especialmente no que tange a humanidade da sociedade versus o discurso oficial da Igreja Católica. A leitura e análise de Jean-Marc Albert sobre a tela e a refeição como eivada de política (3) nos permite pensar como ao colocar um figo cristalizado próximo de Cristo é entre outras coisas perguntar o Jejum Quaresmal quando surge e passa a ser defendido pela Igreja era na prática para QUEM?
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To be continued...
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Referências.
🎨 Paolo Veronese, As Bodas de Canaã. Tinta a óleo. Dimensões: 6,77 m x 9,9 m; Localização: Museu do Louvre. In: https://www.louvre.fr/ 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. Uso Educacional. In: Albert, Jean- Marc. Às mesas do poder:dos banquetes gregos ao Eliseu. Trad. Lea P. Zylberlicht. São Paulo:Editora Senac São Paulo, 2011. @ RMD/Droits réservés. (1) (2) (3) Albert, Jean- Marc. op. cit., p.13; 91.
E ainda, o discurso do jejum e da "proibição " de comer carne nesta época está relacionado a épocas de carestia deste alimento especialmente, pela maioria da sociedade, então manter um calendário em que a maior parte dos dias são de comida "magra" era uma estratégia importante para a manutenção da ordem social, quando a grande maioria das pessoas passavam fome em contraposição aos excessos alimentares das cortes e seus nobres. Nesse sentido, se olharmos com atenção a tela de Veronose é possível perceber também uma intenção política ali, já que: "Quando Veronese coloca em sua obra As Bodas de Canaã um figo cristalizado próximo de Cristo, ele toma partido no debate que opõe os teólogos sobre a questão do Jejum na época da Quaresma". (2) A imensa pintura de Paolo Veronese, pintor italiano do Renascimento, datada de 1562, traz como tema central As Bodas de Canaã, com vários questionamentos aos debates religiosos da época, especialmente no que tange a humanidade da sociedade versus o discurso oficial da Igreja Católica. A leitura e análise de Jean-Marc Albert sobre a tela e a refeição como eivada de política (3) nos permite pensar como ao colocar um figo cristalizado próximo de Cristo é entre outras coisas perguntar o Jejum Quaresmal quando surge e passa a ser defendido pela Igreja era na prática para QUEM?
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Referências.
🎨 Paolo Veronese, As Bodas de Canaã. Tinta a óleo. Dimensões: 6,77 m x 9,9 m; Localização: Museu do Louvre. In: https://www.louvre.fr/ 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar. Uso Educacional. In: Albert, Jean- Marc. Às mesas do poder:dos banquetes gregos ao Eliseu. Trad. Lea P. Zylberlicht. São Paulo:Editora Senac São Paulo, 2011. @ RMD/Droits réservés. (1) (2) (3) Albert, Jean- Marc. op. cit., p.13; 91.
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