A mulher protagonista desde sempre da sua História. E hoje lembro da História de Tia Rufina que viveu no século XIX, em Belém do Pará, contada pelo viajante inglês Henry Bates, que conheceu Tia Rufina quando deixava na casa dela suas coisas quando se ausentava em viagem. Segundo Bates, Tia Rufina nasceu escravizada e como tal obtivera permissão para "comerciar" por conta própria no mercado, pagando uma quantia fixa ao seu senhor. Assim, conseguiu em "poucos anos" comprar a sua liberdade e a de seu filho já adulto. Depois de livre Tia Rufina continuou seu comércio, conseguindo comprar sua casa " uma propriedade de valor, localizada numa das principais ruas da cidade". Mas, ainda não era tudo. Sete anos depois, Bates voltou a encontrar Tia Rufina, e "ela continuou prosperando, unicamente pelo seu próprio esforço (era viúva) e o de seu filho". Nesta ocasião, Tia Rufina empenhava-se na construção de vários "chalés num terreno baldio situado ao lado de sua casa". (1) Quantas tias Rufinas existiram ao longo da História? Sabemos que muitas, a História tem dado voz a muitas delas! Isso é formidável.
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Feliz 8 de março!
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Referências.
🎨 Debret. Jean. Tipos de Negras Aquarela; Rio de Janeiro. 1817-1829. p. 392.
🎨 Litografia de Charles Motte; Mulher Guaicuru e seu filho. 32,6x22 cm 1834. p. 518.
🎨 Debret. Jean. Rio de Janeiro. 1817-1829. p. 444.In: Júlio Bandeira e Pedro Corrêa do Lago. Debret e obras do Brasil. 1° ed. Editora Capivara, 2013. 🔖 Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
(1) Macêdo, Do que se come: uma história do abastecimento e da alimentação em Belém (1850-1900). São Paulo: Editora Alameda, 2014. p.235.
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