19 de abril é dia de enaltecer,lembrar e de luta da memória também. Devemos enaltecer e lembrar de todo legado dos grupos indígenas. Em especial, sobre o legado alimentar tão rico e vasto deixado pelos grupos indígenas. Essa visão tem sido constantemente ponto de reflexão e defesa aqui no blog. As técnicas e práticas alimentares que até hoje são usuais e nos identificam tem raízes ancestrais. Contudo, sem fazer modismo com essa herança. Comida é cultura e assim sendo as comidas não podem ser apresentadas somente como exóticas. A comida na Amazônia, não é exótica, o que é exótico pra mim não necessariamente é pra outro grupo. É preciso parar de "ver" os alimentos da Amazônia apenas como "alimentos exóticos ". Existe muita cultura milenar em cada técnica e uso de ingrediente. São alimentos, práticas alimentares e consumo ancestral e que dizem muito destes povos. Não são exóticos, são parte da riqueza alimentar ainda hoje consumidas. Sobre essa realidade Silva destaca que: "(...) as nações indígenas, que, embora muito distintas entre si, tinham maneiras semelhantes de alimentar-se, baseadas nas alternativas que a terra farta oferecia, marcadas, principalmente, pelo consumo de carnes de caça, peixes, répteis e mariscos, raízes e tubérculos cozidos, além de uma infinidade de frutos silvestres". (1) Assim,
os alimentos consumidos pelos grupos indígenas e suas formas de preparo, bem como a importância da mandioca e de seus derivados que eram a base da Alimentação na Amazônia, chegam até nós e compõem parte importante da identidade. A cozinha na Amazônia, que hoje ganha às pautas jornalísticas, foi sendo construída fazendo uso de sabores e técnicas ancestrais dos grupos indígenas. Vamos aproveitar o dia de hoje pra enaltecer e ensinar nossas crianças sobre o legado indígena pra nós. Na aquarela de Florence, de 1828, temos a produção no pilão. Na litografia de Charles Motte, de 1834, é possível ver diferentes cabanas.
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Referências.
🎨Hercule Florence. Aquarela sobre papel. Arquivo da Academia de ciências da Rússia, Moscou. In: Ana Maria de Moraes Beluzzo. Editora Objetiva. Metalivros, 1999.
🎨 Litografia de Charles Motte. 1834. In: Júlio Bandeira e Pedro Corrêa do Lago. Debret e o Brasil. Obra Completa 1816-1831. Nova edição revisada e ampliada. Editora Capivara, 2013. P. 527.🔖Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
(1) SILVA, Paula Pinto. Farinha, feijão e carne-seca: um tripé culinário no Brasil Colonial. São Paulo: Editora Senac, 2005, p. 26.
Para saber mais: 📌MACÊDO, Sidiana da Consolação Ferreira de. A Cozinha Mestiça uma história da Alimentação em Belém fins do século XIX. Programa de Pós graduação em História social da Amazônia. UFPA. 2016.
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