Pular para o conteúdo principal

O Tucupi.

O uso do tipiti possibilita a extração de um sumo que era usado de foema cotidiana pelas populações indígenas, o Tucupi, mas, o que é o tucupi? Segundo Miranda: "O Tucupi ou “Tucupy, s.m. – o sumo extraído da mandioca, raiz da Manihot utilíssima. Descascada a mandioca, ralada e espremida no tipiti, escorre um líquido meio grosso, amarelo se de mandioca amarela, branco se da variedade branca, o qual, deixado em repouso, deposita
no fundo uma finíssima tapioca de excelente qualidade. O líquido pode ser preparado para uso culinário de dois modos: tucupi do sol e tucupi cozido. O primeiro decantado da vasilha onde repousou, temperado com sal, alho e pimenta, é posto ao sol engarrafado durante alguns dias; o segundo, depois de receber os mesmos condimentos vai ao fogo onde é fervido. Com a fervura o veneno do tubérculo desaparece. O tucupi é um molho excelente sobretudo para o peixe, o tatu, o pato e o taititu; seu uso não é limitado à Amazônia, nas Antilhas e alhures é ele muito
apreciado com nome de cassarip. O caldo da mandioca mole espremido no tipipi. Etim. Tucupy”.(1) Na imagem, da cozinha típica regional do Pará, vemos uma panela de tucupi sendo "temperada". Nas memórias do personagem Alfredo, não saíam da sua cabeça os peixes "(...) em simples água, sal. chicória, alfavaca e molho de pimenta do cheiro e tucupi". (2) E quem não ama um peixe ou outro tipo de carne "flutuando" num molho de tucupi com muita farinha d'água? Eu chego a salivar de vontade fazendo esse texto. E você, como prefere o tucupi?
.
.
.
A minha dica de hoje é a Biblioteca virtual do IBGE, vocês já conhecem? Pra quem pesquisa é uma riqueza! Super recomendo!
.
.
.
Referências.
📸 Cozinha Típica regional do Pará. S/d ID 17496. Acervo dos trabalhos de Campo. In: biblioteca.ibge.gov.br 🔖Qualquer óbice em relação a imagem por favor nos avisar.
(1) MIRANDA, Miranda, Vicente Chermont de. Glossário Paraense. Universidade Federal do Pará. 1968. 92.(2) Jurandir, Dalcídio. Belém do Grão- Pará. Editora Martins. 1960. p.47.
✒ Para saber mais: MACÊDO, Sidiana da Consolação Ferreira de. A Cozinha Mestiça uma história da Alimentação em Belém fins do século XIX. Programa de Pós graduação em História social da Amazônia. UFPA. 2016.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A bolacha preta.

Bom Dia! Em fins da década de 80, fazíamos as famosas viagens de carro, no meu caso era de caçamba mesmo,  meu pai que é do Rio Grande do Norte, levava toda a família pra visitar a família dele e íamos felizes daqui do extremo Norte para o Nordeste. Lembro que nas viagens, em especial, na volta mamãe trazia uma boa reserva de Bolacha Preta, que eu vinha degustando e que tanto adoçavam minha viagem e meu paladar. Eram dias muito felizes e saborosos! Na última viagem que minha mãe fez, eu pedi que me trouxesse a dita bolacha, queria matar a saudade gustativa. A sorda é um popular e tradicional biscoito originário do nordeste brasileiro. Feito de uma massa composta de trigo, mel de rapadura e especiarias, tais como cravo, canela e gengibre. É fabricado artesanalmente ou industrializado por fábricas panificadoras em quase todos os estados do nordeste brasileiro, sendo muito consumido na área do sertão. Conhecido também em algumas localidades por bolacha preta, vaca pr...

É CARNAVAL.

Na pintura de Debret temos uma imagem do Carnaval  ou como era chamado no século XIX, de Dia d'entrudo. O dia d'entrudo que começava no domingo e seguia-se nos três dias gordos, era dia de festa em que os brincantes se jogavam "limões "cheios de água perfumada. A cena se passava no Rio de Janeiro, no ano de 1823. Segundo Debret: " O carnaval no Rio e em todas as províncias do Brasil não lembra, em geral, nem os bailes nem os cordões barulhentos de mascarados que, na Europa, comparecem a pé ou de carro nas ruas mais frequentadas, nem as corridas de cavalos xucros, tão comuns na Itália. Os únicos preparativos do carnaval brasileiro consistem na fabricação dos limões-de-cheiro, atividade que ocupa toda a família do pequeno capitalista, da viúva pobre, da negra livre que se reúne a duas ou três amigas, e finalmente das negras das casas ricas, e todas, com dois meses de antecedência e à força de economias, procuram constituir sua provisão de cera. O limão-...

Quadrados Paulista.

Olá, leitores! Essa receita é daquelas que é sensacional, veja bem: eu coloquei dois conceitos no meu livro um M/ DE MARAVILHOSO E UM E/excelente de tão boa que é!Façam, hoje mesmo :) sem palavras para descrever a tal gostosura. Quando fiz e provei essa receita, entendi que o livro Dona Benta tem raridades únicas e me questionei como aquela blogueira fazia duras críticas ao livro? Por que a minha experiência com ele a cada receita tem me deixado mais maravilhada, só posso pensar que a pessoa não deva entender muito da grandiosidade que é um livro que por gerações vem fazendo parte da cozinha de tantas pessoas...Enfim, vamos a receita: Quadrados Paulistas: p. 829. Ingredientes: Massa: 1 xícara chá de manteiga. 2 xícaras chá de açúcar. 2 xícaras chá de trigo. 1 colher de chá de fermento. 1/2 xícara de leite. 4 ovos separados. Glacê: Açúcar. Água ou sumo de laranja. Modo de Fazer: passo-a-passo:  Bata a manteiga com o açúcar, junte as gemas,...